16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

AVE hemorrágico pós trombolítico e angioplastia: uma difícil decisão sobre a realização de dupla antiagregação

Fundamentação/Introdução

Infarto agudo do Miocárdio (IAM) é a principal causa de morbimortalidade no mundo e tem por finalidade a abertura precoce da coronária ocluída. Não há consenso sobre a manutenção da dupla antiagregação após ocorrência de acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEh) secundário ao tratamento com trombolítico e angioplastia coronariana de resgate com stent farmacológico.

Objetivos

O estudo relata o caso de um paciente do sexo masculino, de 56 anos, com quadro de AVEh após IAM com supradesnivelamento do segmento ST tratado com trombolílico e angioplastia coronariana de resgate com stent farmacológico, apontando suas características clínicas, manejo, complicações e desfecho clínico.

Delineamento e Métodos

J.M.T, 56 anos, admitido por dor precordial típica, acompanhado de dispneia e sudorese fria, com supradesnivelamento do segmento ST em parede anterior extensa ao eletrocardiograma, sendo trombolisado com Tenecteplase, preencheendo critérios de reperfusão. Após 4 horas apresentou aparecimento de novo supradesnivelamento do segmento ST em parede anterior, caracterizando reinfarto. Evoluiu com parada cardiorrespiratória (PCR) em ritmo de FV/TV durante 15 minutos, com retorno da circulação espontânea após manobras de ressuscitação cardiopulmonar seguindo ACLS. Deu entrada no serviço, via vaga zero, 10 horas após a PCR, sendo submetido à cineangiocoronariografia de resgate, com angioplastia coronariana da descendente anterior (lesão segmentar de 95% em terço proximal), com implante de stent farmacológico. Após 2 dias apresentou confusão mental e hemiparesia à direita, com evidência de hematoma intraparenquimatoso agudo periventricular frontal à esquerda, com compressão do ventrículo lateral ipsilateral e hemoventrículo (figura 1), com conduta conversadora. Durante internamento apresentou melhora do quadro neurológico, recebendo alta após 14 dias, assintomático, com glasgow 14 (AO4/RV4/RM6), em uso de dupla antiagregação (AAS e clopidogrel) por 12 meses. Após 1 ano, em avaliação, apresentava-se com ausência de sequelas neurológicas, ausência de sangramento, mantendo uso da dupla antiagregação.

Resultados

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Conclusões/Considerações Finais

Concluímos que não há consenso definido sobre a dupla antiagregação pós IAM e angioplastia com stent, associado a AVCh pós trombolítico. Apesar do risco de aumento da área de sangramento, o benefício em evitar oclusão do stent e reinfarto, foi considerado superior, sendo optado por manter a dupla antiagregação, com evidente melhora do quadro neurológico.

Palavras Chave

IAM, IAM com supradesnivelamento do segmento ST, Angioplastia, Trombólise, AVC hemorrágico pós trombólise, dupla anti-agregação.

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE - São Paulo - Brasil

Autores

ISADORA DALEFFI ZOCOLER, ANA BEATRIZ SPERTO SILVA, ANDRESSA OLIVEIRA DINIZ, LUCIANE SCHADECK MARTINS PORTELINHA, FABIO ROSSETTO LEÃO