16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Acidente Vascular Encefálico isquêmico (AVEi) em jovem de 33 anos com forame oval patente (FOP): relato de caso.

Fundamentação/Introdução

O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) apresenta grande morbimortalidade e tem maior incidência nos idosos. Entretanto, este evento pode acontecer também na população adulta jovem e nestes casos, necessita de investigação diagnóstica ampla, incluindo pesquisa de fatores de risco para trombose, comorbidades (por exemplo, cardiopatias congênitas), medicamentos em uso e hábitos de vida. Nos pacientes com menos de 45 anos há uma associação estabelecida entre Forame Oval Patente (FOP) e AVEi. O FOP é um defeito congênito pelo qual há comunicação entre os átrios direito e esquerdo do coração. No período embriológico, a estrutura é necessária para a nutrição do feto e nos primeiros anos de vida tende a obliterar. No entanto, o processo de fechamento não ocorre em até 35% da população adulta, tornando-se patente. A maioria é assintomática, porém quando presentes, as manifestações clínicas incluem AVEi, embolismo paradoxal, enxaqueca, cefaleia vascular e doença descompressiva.

Objetivos

Descrever um relato de caso de AVEi em mulher jovem sem etiologia aparente, com achado de FOP em ecocardiograma transtorácico solicitado durante investigação etiológica.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 33 anos, apresentou subitamente cefaleia occipital, amaurose fugaz, êmese e ataxia. Foi internada em hospital na capital paraense com suspeita de meningite, porém o diagnóstico foi descartado com líquido cefalorraquidiano sem alterações. Realizou exames de imagem e foi avaliada pela neurocirurgia e neuroclínica, com hipótese diagnóstica de AVEi. A Tomografia Computadorizada (TC) de crânio demonstrou lesões hipodensas sem realce expressivo pós-contraste no cerebelo. A Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de crânio evidenciou espessamento focal das folhas cerebelares, com hipossinal nas sequências T1, hipersinal em T2/FLAIR, sem realce com contraste e sem restrição verdadeira a livre difusão. Foi realizada investigação da etiologia e o ecocardiograma transtorácico demonstrou FOP, os demais exames não evidenciaram alteração. A paciente apresentou melhora progressiva da cefaleia e ataxia, sendo encaminhada para serviço de cardiologia para programar abordagem cirúrgica de correção do FOP.

Conclusões/Considerações Finais

O AVEi não é comum em pacientes jovens, devendo-se investigar a etiologia para direcionar o tratamento. Apresentou-se um relato de caso de paciente de 33 anos com achado de FOP em ecocardiograma, sendo atribuído o seu quadro cerebral a um evento cardioembólico.

Palavras Chave

Acidente vascular encefálico isquêmico, forame oval patente, defeito congênito.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário João de Barros Barreto - Pará - Brasil

Autores

BIANCA MIRANDA GOUVEIA, CARLOS VERBICARO NETO, MARCIA HELENA RIBEIRO OLIVEIRA, SALMERON AGUIAR MENESES JÚNIOR, THAÍS CORRÊA LISBOA