16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Icterícia Colestática secundária a um Linfoma não Hodgkin (LNH)

Fundamentação/Introdução

Linfomas que apresentam envolvimento das vias biliares com consequente icterícia são raros, com incidência de 0,5% a 2%.

Objetivos

Evidenciar a importância de incluir o linfoma como hipótese diagnóstica de icterícia obstrutiva.

Delineamento e Métodos

Feminina, 54 anos, procurou a emergência do hospital por dor epigástrica e icterícia associada a importante perda de peso (10 kg em 2 meses). Na investigação diagnóstica foram realizadas uma Tomografia Computadorizada (TC) de abdome e uma Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica, em que foram detectadas formações nodulares no hilo hepático (possivelmente ganglionares), envolvendo o tronco da veia porta e comprimindo o colédoco, determinando discreta dilatação das vias biliares intra-hepáticas e distensão moderada da vesícula biliar. Subsequente biópsia de linfonodo em hilo hepático por laparoscopia constatou neoplasia maligna indiferenciada sugestiva de linfoma, confirmada por estudo imunohistoquimico complementar, o qual concluiu se tratar de um Linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B de perfil pós-centro germinativo.

Resultados

Foi iniciado o tratamento imunoquimioterapia com protocolo R-CHOP. Após o primeiro ciclo houve ótima resposta clínica-laboratorial, com redução de bilirrubina total de 20 para 4,98 mg/dl. Após quarto ciclo houve importante redução das dimensões do conglomerado linfonodal junto ao hilo hepático em relação ao início do tratamento, constatada a partir de TC, com redução de 88 x 57 mm para 40 x 18 mm (>50%). Após quinto ciclo a bilirrubina total atingiu valores normais (1,05 mg/dl). A paciente segue em tratamento com previsão de realizar 8 ciclos do protocolo.

Conclusões/Considerações Finais

A obstrução extra-hepática do ducto biliar por linfoma é uma causa rara de icterícia, a qual, além disso, pode ser facilmente mal diagnosticada em função das várias possíveis causas, como hepatite, hemólise, cálculos biliares, etc. Portanto, a presença de linfonodomegalia deve sempre alertar o médico assistente quanto à imediata realização de biópsia para adequado diagnóstico. Apesar de linfomas raramente causarem envolvimento das vias biliares e consequente icterícia, estes devem ser considerados no diagnóstico diferencial e, ademais, deve ser priorizada a realização da biópsia de linfonodo devido a sua fundamental importância diagnóstica para o adequado manejo terapêutico com imunoquimioterapia.

Palavras Chave

Biópsia, Diagnóstico Diferencial, Icterícia Obstrutiva, Linfoma não Hodgkin.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

MARIANA BARETA GONÇALVES, MARIANA BEHR VERAS, DAVID CAVALCANTI FERREIRA