16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Relato de Caso: O Risco da prescrição indiscriminada de IBP

Fundamentação/Introdução

Introdução: No Brasil, o câncer gástrico é o 3o mais comum em homens e o 5o em mulheres. Embora sua incidência tenha reduzido, a sua mortalidade permanece elevada, sobretudo na América Latina. Os Adenocarcinomas Gástricos (ACG) representam 95% dos tumores malignos gástricos e podem ser subdividido de acordo com a Classificação de Laurén, em tipo intestinal e tipo difuso, sendo que o primeiro é um tumor bem diferenciado, com formações glandulares e de melhor prognóstico.

Objetivos

Frequentemente o ACG do tipo Intestinal é diagnosticado em estágios avançados , explicando sua mortalidade. Dessa forma, esse relato de caso objetiva exemplificar a acentuada morbimortalidade do câncer gástrico, ressaltando a importância do diagnóstico precoce e propedêutica eficaz. Além de alertar para os riscos da superprescrição de IBPs

Delineamento e Métodos

Método: As informações foram obtidas por meio do prontuário e da discussão do caso com os médicos responsáveis. Além disso, foi feita análise dos exames complementares e revisão da literatura.

Resultados

Resultados: LPS, masculino, 77 anos, apresentou odinofagia, dor epigástrica , prescrito Omeprazol uso contínuo, sem exames complementares. Paciente evoluiu ao longo do tratamento com perda de 12 kg em 8 meses, sem estar realizando dieta, além de melhora parcial dos sintomas com o Omeprazol. Após 1ano retorna para consulta, solicitado propedêutica por EDA, diagnosticado, em janeiro/21, o ACG do tipo intestinal com metástases pulmonares, T3N3M1, estadio IV. O paciente foi encaminhado em abril para o HCUFMG para o tratamento de anemia e desnutrição, posteriormente, submetido a gastrectomia subtotal com reconstrução em Y de Roux. No 5oDPO, apresentou recusa alimentar, sendo realizada a tentativa de introdução de cateter nasoentérico, evoluindo com IRpA e piora do estado geral, seguido de intubação endotraqueal e transferência para o CTI. O paciente evoluiu
para choque séptico, com foco pulmonar e óbito.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão: A clínica dos pacientes com ACG, frequentemente é inespecífica, de modo que é confundida com gastrite e DRGE. Isso faz com que muitas vezes se opte, equivocadamente, pelo tratamento sintomático com IBP, antes da realização de
exames complementares. Logo, o diagnóstico, não infrequente, é tardio. Portanto, quando o paciente apresentar queixas digestivas e ou perda de peso, deve-se atentar à hipótese diagnóstica de câncer gástrico, sobretudo em pacientes acima de 70 anos ou com História Familiar, visto que o diagnóstico precoce aumenta muito a sobrevida do paciente

Palavras Chave

Adenocarcinoma gástrico, tipo intestinal de Laurén , diagnóstico tardio , Riscos da prescrição de IBP, Mascaramento de sintomas, metástase pulmonares , Estádio T4 , Y de Roux, choque séptico.

Área

Clínica Médica

Instituições

UFMG - Minas Gerais - Brasil

Autores

LUIZ FERNANDO ALVES, TARCIZO AFONSO NUNES