Dados do Trabalho

Título

QUALIDADE DO SONO E SONOLENCIA EXCESSIVA ENTRE ESTUDANTES DE MEDICINA

Fundamentação/Introdução

A demanda acadêmica a que são submetidos os alunos do curso de graduação em Medicina, no Brasil e no mundo, tende a alterar sua qualidade do sono, em virtude principalmente da carga horária elevada do curso. A partir do entendimento da importância do sono e de seu impacto na qualidade de vida do estudante é que ressalta-se a notabilidade dessa mensuração.

Objetivos

O objetivo primário desta pesquisa de campo foi avaliar todos os estudantes de graduação em Medicina de uma instituição privada da Paraíba, através de instrumentos validados, acerca da percepção que o estudante tinha acerca da qualidade do próprio sono, bem como o grau de sonolência diurna excessiva nesta população, comparando as diferentes fases do curso. Secundariamente, analisou-se como a qualidade do sono está associada à disfunções na vida do estudante

Delineamento e Métodos

Trata-se de estudo transversal, analítico, envolvendo 341 acadêmicos do 1º ao 6° ano do curso de graduação em Medicina de uma faculdade do alto sertão paraibano. O mesmo foi submetido à plataforma Brasil e ao comitê de ética da instituição executante. Utilizou-se para mensuração o Índice de Qualidade do sono de Pittsburgh (PSQI) e a Escala de Sonolência de Epworth (ESE), ambos questionários validados para uso no Brasil. Os dados obtidos foram analisados em programas estatísticos e correlações foram feitas. Para a análise de significância, foram realizados testes Qui-quadrado e ANOVA. Neste estudo, valores de p < 0,05 foram considerados significativos.

Resultados

Encontrou-se que a média global de horas de sono por noite foi de 6,92 horas, sendo que 58,6% dos entrevistados relataram dormir menos que 7 horas por noite. Dos 234 participantes com questionários aproveitáveis, 64,5% (n = 149) apresentaram qualidade ruim de sono ou distúrbio deste e pelo menos 21% relataram fazer uso de medicação para dormir. Dos 7 componentes avaliados no PSQI, aquele que demonstrou maior relevância estatística (p = 0,003) foi o componente que avaliou a disfunção durante o dia, ou seja, impactos da sonolência excessiva nas atividades de vida diárias. A análise dos dados obtidos pela Escala de Sonolência de Epworth demonstrou que 55,55% (n = 130) dos estudantes tinham sonolência diurna excessiva que deve ser investigada. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes em relação à ESE e ao sexo (p = 0,120), ao ciclo básico (p = 0,295), ao ciclo clínico (p = 0,704) ou ao ciclo do internato (p = 0,270).

Conclusões/Considerações finais

Observou-se que a maioria dos graduandos em Medicina apresentou privação de sono associada consequentemente a sonolência excessiva e qualidade ruim de sono, indicando necessidade de ações preventivas neste sentido. Os resultados apontam, nesse caso, para a pertinência do investimento em esforços para a correção dessa tendência. Fazem-se necessárias medidas de promoção de saúde entre a população de estudantes do ensino superior.

Palavras Chave

Distúrbios do Sono; Estudantes de Medicina; Sonolência Diurna Excessiva

Área

Clínica Médica