16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Sífilis com acometimento ocular : um relato de caso

Fundamentação/Introdução

Sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), causada pela bactéria Treponema pallidum, adquirida principalmente através de relação sexual desprotegida, compartilhamento de seringas contaminadas e transmissão congênita. O T. pallidum dissemina dentro de dias após a infecção, com invasão precoce de tecidos à distância, incluindo sistema nervoso central. Pode ser classificada em formas primária, secundária, latente e terciária. O acometimento ocular na sífilis pode estar presente em qualquer estágio da doença.

Objetivos

Relatar um caso clínico de sífilis com acometimento ocular.

Delineamento e Métodos

Estudo observacional do tipo relato de caso.

Resultados

M.C.S, 56 anos, com história de sífilis diagnosticada por VDRL reagente (1\64), tendo recebido 2,4 milhões de UI de penicilina benzatina. Procurou atendimento em ambulatório de oftalmologia devido a borramento e turvação visual, moscas volantes e dor retro-orbitária bilateral. Relatou surgimento de eritema palmar, lesões com centro pustuloso em palma de mão esquerda e em tronco há cerca de 2 meses. Apresentava edema papilar ocular bilateral mais acentuado em olho esquerdo, demais exames oftalmológicos dentro da normalidade, acuidade visual corrigida 20\20 e 20\25, sendo encaminhada para internação hospitalar. Realizou tomografia computadorizada de crânio normal. Sorologia não reagente para HIV e Hepatite C. Anti-HBs reagente, HbsAg não reagente. Líquor com celularidade, glicose e proteína normais, VDRL não reagente e FTA ABS IgG reagente e IgM não reagente. Realizou tratamento com Penicilina Cristalina 24 milhões de UI por dia por 14 dias, associado à prednisona 50 mg\dia por 14 dias. Avaliação oftalmológica mostrou melhora do quadro, iniciada redução progressiva do corticoide oral, com alta hospitalar para acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

O acometimento ocular da sífilis constitui espectro grave da doença, podendo comprometer qualquer parte do olho como ceratite intersticial, uveíte (anterior, intermediária e posterior)incluindo coriorretinite, vasculite retiniana e neuropatias ópticas. Vários casos resultam em morbidade significativa, incluindo cegueira. Sífilis ocular é uma entidade distinta da neurossífilis, mas pode ocorrer de forma concomitante, sendo imprescindível a realização da punção lombar na abordagem diagnóstica. Associação com infecção pelo HIV deve ser investigada. Na suspeita ou diagnóstico de sífilis, deve-se atentar aos sinais e sintomas oculares, com avaliação oftalmológica precoce e instituição de terapia imediata e adequada.

Palavras Chave

Edema de papila, Sífilis ocular, Sífilis

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital São João Batista - Rio de Janeiro - Brasil, Programa de Residência Médica da Prefeitura Municipal de Macaé - Rio de Janeiro - Brasil, Secretária Municipal de Saúde de Macaé - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

MATHEUS RIBEIRO MONTEIRO, GLAURA MARTHA FLORIM TERRA, NICOLLE ANTUNES DE ALMEIDA, DRIELLY SILVA FURTADO