Dados do Trabalho

Título

EXTREMOS DE IDADE: A GRITANTE MAIOR PREVALENCIA DO SEXO MASCULINO PARECE SE APAGAR

Fundamentação/Introdução

A idade é um importante marcador prognóstico para pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) na maioria dos escores de risco, incluindo o TIMI e GRACE. A população idosa apresenta alta prevalência de SCA, que aumenta progressivamente com o avanço das faixas etárias. Nas últimas décadas, observou-se o aumento da média de idade dos pacientes com SCA, além de mudanças significativas no seu perfil epidemiológico.
Além do alto risco basal de complicações isquêmicas, a apresentação clínica silenciosa e o atraso no reconhecimento diagnóstico contribuem para resultados desfavoráveis nos idosos. Embora pesquisas demonstrem que a idade avançada seja preditivo para menor uso de cateterismo cardíaco, os pacientes mais velhos que apresentam SCA podem experimentar um benefício semelhante ou maior com uma abordagem percutânea.
Diante da preconização dessa estratégia de tratamento como abordagem precoce segura para a maioria dos pacientes idosos, é fundamental reconhecer as características deste grupo.

Objetivos

Comparar o perfil epidemiológico de pacientes idosos entre 65-75 anos e acima de 75 anos que apresentaram Síndrome Coronariana Aguda e foram submetidos a cineangiocoronariografia na Unidade de Hemodinâmica de um hospital terciário privado no Estado do Rio de Janeiro no período de setembro de 2014 a julho de 2021.

Delineamento e Métodos

Os dados coletados foram codificados e as análises foram realizadas utilizando o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 26. As variáveis ​​numéricas foram expressas como média, enquanto variáveis ​​categóricas foram expressas em porcentagem.
Os pacientes foram agrupados em duas categorias: aqueles com idade de 65 a 75 anos versus idade maior que 75 anos. As características epidemiológicas e comorbidades foram analisadas.
Trata-se de um estudo observacional, transversal e retrospectivo de pacientes submetidos a cineangiocoronariografia na Unidade de Hemodinâmica de um hospital terciário privado no Estado do Rio de Janeiro no período de setembro de 2014 a julho de 2021. Foram incluídos pacientes que sofreram Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST, Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnivelamento do Segmento ST e Isquemia Silenciosa.

Resultados

A média de idade do grupo mais velho foi 82,12 ± 4,85 anos em comparação com 69,89±3,20 anos no grupo mais jovem; 45,9% dos pacientes eram mulheres no grupo mais velho contra 37,8% nos pacientes mais jovens. Hipertensão e dislipidemia foram mais evidentes no grupo mais velho (92,8% e 87,5%, respectivamente), enquanto os pacientes mais jovens eram mais fumantes ou ex-fumantes (24,6% versus 9,7%) e diabéticos dependentes de insulina (39,9% versus 35,1%). As mulheres foram cada vez mais representadas com o aumento da idade.

Conclusões/Considerações finais

Este estudo demostrou que a idade mais avançada foi acompanhada de aumento na prevalência de mulheres entre os pacientes com SCA. Sobretudo a partir de 75 anos, foi observado tendência ao equilíbrio na distribuição de SCA entre os sexos.

Palavras Chave

Síndrome Coronariana Aguda; Epidemiologia; Distribuição por Idade e Sexo; Idosos

Área

Clínica Médica