16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Tireoidite subaguda seguida por hipertireoidismo mimetizando um caso de febre de origem indeterminada

Fundamentação/Introdução

Mulher, 34 anos, deu entrada no Pronto-Socorro com febre, cansaço e odinofagia há 4 dias. Nega comorbidades e uso de quaisquer medicamentos. Ao exame físico, observou-se taquicardia (112 bpm), taquipneia (32) e febre (38,9ºC). Laboratório com uma leve anemia (Hg: 11,5), dímero-d (676/normal <500) e PCR 5,4 (normal <1). Tinha histórico positivo para COVID-19 no passado. O RT-PCR para COVID-19 foi negativo neste momento. A tomografia computadorizada do tórax foi normal.

Objetivos

Investigação de febre de origem indeterminada

Delineamento e Métodos

A paciente recebeu alta hospitalar com sintomáticos. Seis dias depois, voltou com os mesmos sintomas, sendo encaminhada para casa com azitromicina e prednisona (20mg/dia). Foi readmitida 2 vezes com sintomas semelhantes quando finalmente foi internada na enfermaria para investigação de febre de origem obscura. Relatou perda de 6 Kg nos últimos 15 dias. Um painel de sorologia viral (Zika, CMV, Epstein Barr, Dengue, hepatite viral, HIV) foi realizado e foi negativo. Os exames alterados foram PCR (6,7) e VHS (102 - Normal <10). A cultura de sangue e urina também foi testada e deu negativa. Os sintomas pioraram e a paciente queixou-se de dores cervicais. O exame físico mostrou glândula tireoide aumentada, dolorida e firme, além de tremores de extremidades. Os exames laboratoriais mostraram TSH 0,06 (0,25 5,0), T4 livre 7,53 (0,82 1,51) e ultrassom com glândula difusamente aumentada e ecogenicidade reduzida. O exame de Doppler não mostrou aumento do fluxo sanguíneo.

Resultados

A hipótese de tireoidite foi considerada. Beta-bloqueadores e AINEs foram iniciados. Foi solicitado um painel para doenças autoimunes da tireoide e cintilografia com tecnécio. T3 livre era 12,47 (1,81 4,59), TRAB era negativo e anti-microssomal positivo. A cintilografia estava normal. A paciente foi diagnosticada com tireoidite subaguda. Foi iniciada corticoterapia. Poucos dias depois, os sintomas melhoraram e ela recebeu alta com prednisona e betabloqueadores. Dois dias após a alta, a paciente foi readmitida devido a febre, fadiga, tremor nas extremidades, palpitações, irritabilidade, sudorese. Ela foi diagnosticada com tireotoxicose. Propranolol, propiltiouracil e hidrocortisona foram iniciados. Seis dias depois, os sintomas melhoraram e a paciente recebeu alta hospitalar com propiltiouracil, propranolol e prednisona.

Conclusões/Considerações Finais

Este caso ilustra como uma tireotoxicose pode se manifestar como um caso típico de febre de origem indeterminada no Pronto-Socorro.

Palavras Chave

Tireoideite / Febre de origem indeterminada

Área

Clínica Médica

Autores

LUIZ EDUARDO CARNEIRO CARPENTER FERREIRA, TALITA SOUZA MOTA AZEVEDO, FERNANDA PEREIRA BARBOSA, THAISA RODRIGUES GARCIA, DIANA OLIVEIRA BUCHSBAUM