16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Crise hipertensiva em paciente jovem associada à massa abdominal e síndrome colestática

Fundamentação/Introdução

Mulher, 28 a, hipertensa de difícil controle há 10 anos, é admitida na emergência de um hospital quaternário com quadro de crise hipertensiva associada a síndrome colestática a esclarecer. Ao exame físico apresentava picos pressóricos à palpação abdominal, taquicardia e icterícia. Foram realizados exames complementares, incluindo USG abdominal que mostrou sinais de colecistite aguda e obstrução de colédoco. Feita colangioressonância que visualizou formação expansiva sólida, medindo 4,6x3,1x3cm, situada entre a veia cava inferior e a veia porta e em íntimo contato com a região póstero-superior da cabeça pancreática, gerando obstrução do colédoco. Manteve PA em torno de 230x120mmHg apesar do uso de 5 classes anti-hipertensivas: bloqueador do receptor de angiotensina II (BRA), hidroclorotiazida, vasodilatador, bloqueador de canal de cálcio (BCC) e espironolactona.

Objetivos

Investigação massa abdominal com síndrome colestática e crise hipertensiva em paciente jovem

Delineamento e Métodos

Relato de caso

Resultados

Realizada então pesquisa para HAS secundária, focada em feocromocitoma/paraganglioma devido à massa abdominal. Apresentou aumento de catecolaminas plasmáticas, porém PET-CT DOTATOC-68Ga negativo. Adicionado alfa bloqueador para prova terapêutica e obteve boa resposta após 4 semanas de terapia. Submetida a cirurgia para retirada da tumoração abdominal. Evoluiu em pós-operatório com bom controle pressórico apenas em uso de BRA e BCC. Estudo histopatológico da peça cirúrgica com diagnóstico sugestivo de Tuberculose (TB).

Conclusões/Considerações Finais

Paciente jovem, hipertensa de difícil controle, em uso de 5 classes anti-hipertensivas, associado à massa abdominal, gerando a hipótese de hipertensão secundária por feocromocitoma/paraganglioma. As catecolaminas plasmáticas, apesar de não serem padrão ouro para o diagnóstico, estavam elevadas e o tratamento clínico com alfa bloqueador foi eficaz, o que corroborou o diagnóstico. Após o exame histopatológico o resultado foi inesperado, visto que a TB extrapulmonar, especialmente de localização abdominal, é rara, além disso a paciente não apresentava outros sintomas sugestivos e normalmente presentes, como sudorese noturna, febre, anorexia e perda de peso. Na revisão de literatura feita encontramos apenas 1 relato de caso de massa abdominal associada à obstrução de colédoco associado com síndrome adrenérgica e não há relato de associação de TB abdominal com hipertensão secundária, porém foi possível observar melhora clínica evidente do quadro hipertensivo da paciente.

Palavras Chave

Crise Hipertensiva/Sínd Colestátita /ParagangliomaFeocromocitoma

Área

Clínica Médica

Autores

LUIZ EDUARDO CARNEIRO CARPENTER FERREIRA, CAMILA COSTA STEN, KATARINA CARDOSO RODRIGUES, CAIO OLIVEIRA FIGUEIREDO, FLAVIA MORAES PEDRO MOISÉS