Dados do Trabalho
Título
PREVALENCIA DE SINTOMAS ANSIOSOS EM MEDICOS QUE TRABALHAM EM PERNAMBUCO DURANTE ESTADO DE CALAMIDADE DA PANDEMIA POR COVID-19: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Fundamentação/Introdução
O último levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrou um crescimento de 14,9% dos transtornos de ansiedade nos últimos 10 anos. Essa desordem acomete 9,3% da população no Brasil, detendo a maior taxa de prevalência global. A ansiedade é uma afecção de grande impacto na classe médica, com prevalência de sintomas variando de 31% a 32,6% entre médicos. A pandemia do COVID-19, decretada pela OMS em março de 2020, parece ter ampliado a vivência de ansiedade na classe médica. A situação no Brasil, especialmente pelos médicos atuando na linha de frente e a escassez de estudos publicados da saúde mental nesse contexto, explicitou a necessidade de informações sobre a prevalência de sintomas ansiosos nesse grupo durante esse período, de tal forma que pudesse alertar a comunidade científica e os líderes políticos sobre a necessidade de cuidado, de medidas preventivas e de tratamento para esses profissionais.
Objetivos
Este estudo objetivou verificar a prevalência de sintomas ansiosos em médicos, que atuaram contra o COVID-19 durante o período de pandemia no estado de Pernambuco, e sua relação com fatores sociodemográficos e psicológicos envolvidos.
Delineamento e Métodos
Estudo descritivo do tipo transversal. Participaram do estudo 202 médicos que atuaram em Pernambuco na pandemia. A coleta dos dados foi online, pela disponibilização do formulário eletrônico, via Google Forms, distribuído por e-mail e WhatsApp, com questionário elaborado pelas pesquisadoras e que continha o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE.
Resultados
A prevalência total da sensação de ansiedade, de forma frequente, entre médicos que atuaram frente ao COVID-19 no estado de Pernambuco foi de 60,38%, predominando no sexo feminino (67,48%) e nas especialidades de Clínica Médica (71,43%) e generalista (68,33%), assim como nos profissionais atuantes na rede pública de saúde (64,13%). Ademais, houve prevalência significativa de outros sintomas, como medo (55,45%), irritação (50,99%), nervosismo (48,51%), agitação (48,02%), aborrecimento (46,04%) e insônia (34,16%).
Conclusões/Considerações finais
Os dados referentes à presente pesquisa sugerem que os médicos que atuam frente ao COVID-19 podem estar expostos a um risco elevado de desenvolver sintomas ansiosos visto que a classe médica atuando na linha de frente vivenciou especificidades diferente da população em geral fora desse contexto da pandemia, sendo necessárias medidas terapêuticas e preventivas de apoio e suporte a esse grupo.
Palavras Chave
Ansiedade. Médicos. Pandemia. COVID-19.
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Acadêmica
Autores
MARCELLE LUCENA DE FARIAS, RAYANNE MARIA ALVES SAMPAIO FERREIRA, MÔNICA CRISTINA BATISTA DE MELO, MÁRCIO SANCTOS COSTA