16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

RELAÇÃO ENTRE O PERFIL LIPÍDICO E HEMODIÁLISE

Fundamentação/Introdução

A doença renal crônica (DRC) é definida como uma redução permanente da taxa de filtração glomerular, sua principal etiologia é a nefropatia diabética (DM). O tratamento indicado para a DRC terminal é a terapia renal substitutiva (TRS), destacam-se a hemodiálise convencional (HDC) e a hemodiafiltração (HDF). A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de mortalidade no DM e na DRC, sendo a dislipidemia um dos fatores de risco. O paciente renal crônico é considerado de muito alto risco para DCV e por isso a meta desejada de LDL-colesterol (LDL-c) deve ser inferior a 50 mg/dL.

Objetivos

Inferir um provável benefício do tipo ou número de sessões semanais da terapia renal substitutiva, nos níveis de LDL-c que compõe a estratificação de risco cardiovascular (CV) e consequentemente interfere na probabilidade de evento CV futuro.

Delineamento e Métodos

Estudo quantitativo e retrospectivo com duração de dois anos realizado em unidades de diálise, 224 prontuários de pacientes diabéticos em hemodiálise,119 em HDC e 25 em HDF foram analisados e coletados dados para tabulação e análise, hemoglobina glicada e níveis de colesterol LDL (low density colesterol) e triglicérides do último ano.

Resultados

Na modalidade HDC: No controle glicêmico pelo nível de HbA1C os homens são mais bem controlados e na frequência de 4 vezes por semana em todos os subgrupos. Os níveis de LDL-c e triglicérides são melhores no sexo masculino independente do número de sessões, mas observou-se uma tendencia a melhores níveis de LDL-c nos subgrupos de 4 vezes por semana, independente do sexo.
Na modalidade HDF: No controle glicêmico pelo nível de HbA1C as mulheres são mais bem controlados e na frequência de 3 vezes por semana em todos os subgrupos. Os níveis de LDL-c e triglicérides são melhores no grupo de vezes por semana, independente do sexo.
HbA1C e LDL-colesterol independente do sexo, observamos que existe uma melhora dos níveis de HbA1C e de LDL-colesterol nos subgrupos de tratamento de 4 vezes por semana em comparação com 3 vezes por semana, independente da modalidade de hemodiálise.
Os melhores níveis de LDL-c são no tratamento com frequência de 4 vezes por semana independente do sexo, tanto quando ao analisar níveis de LDL- c menores que 55 mg/dL tanto quando analisados os níveis menores que 100 mg/dL.

Conclusões/Considerações finais

Os resultados mostram que independente do sexo, no grupo de 4 vezes por semana, os valores de HbA1C são melhores no HDC.
Em relação aos valores de LDL-c menores que 50 mg/dL e de triglicérides menores que 150 mg/dL, foi observado que predominam no sexo masculino, nas duas modalidades de hemodiálise analisadas e independente do número de sessões de tratamento semanal.
Pode-se concluir que o fator mais relevante no controle metabólico, seja glicêmico ou lipidêmico, é o número de sessões de diálise por semana. Observa-se que o melhor controle de HbA1C e LDL-colesterol predomina nos homens com tratamento convencional e nas mulheres com tratamento com HDF, estes dados denotam que maiores estudos na modalidade de tratamento HDF são necessários para avaliar o perfil lipídico dos pacientes sob este tratamento.

Palavras Chave

diabetes; hemodiálise; dislipidemia; risco cardiovascular

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade São Leopoldo Mandic - São Paulo - Brasil

Autores

MARCIA SCOLFARO CARVALHO, MARIA BEATRIZ APARECIDA ORRÚ