16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Meninigite tuberculosa: A dificuldade do diagnóstico diferencial de febre de origem obscura em adultos.

Fundamentação/Introdução

Meninigite tuberculosa é responsável por 3% dos casos de tubérculos em pacientes não infectados pelo HIV (forma basal exsudativa é a apresentação mais comum – subaguda/crônica). Forma subaguda cursa com cefaléia, irritabilidade, alterações de comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor abdominal associados à febre, fotofobia e rigidez de nuca >2 semanas podendo também apresentar sinais focais ou envolvimento de pares cranianos. Mediante disso, pode apresentar-se como um desafio diagnóstico importante em quadros de febre de origem obscura (FOO)

Objetivos

Relatar caso clínico de meningite tuberculosa em jovem admitido por Febre de origem obscura e as dificuldades diagnósticas.

Delineamento e Métodos

J.O.O, masculino, 34 anos, admitido por dispneia aos pequenos esforços há 1 semana e edema de MMII. DM1 e HAS de longa data. Após 1 semana, foi diagnosticado com doença renal crônica com necessidade de hemodiálise (HD). Após estabilização do quadro, manteve-se assintomático.

Resultados

Na semana subsequente, iniciou febre de 39ºC diária associada à hipotensão com piora dos parâmetros laboratoriais, sem alterações no exame físico. Estava com cateter duplo lúmen para HD sem sinal de hiperemia, porém foi trocado por causa da febre. Realizado rastreio infeccioso sem crescimento bacteriano nas culturas. Antibioticoterapia empírica iniciada sem melhora clínica e laboratorial. TC de crânio, tórax e abdome apresentava adensamento da região periapendicular compatível com apendicite, sendo submetido a apendicectomia sem intercorrências. Apresentou melhora laboratorial e da febre por 5 dias. No entanto, após, novamente ao quadro clínico inicial retornou. Novos exames de imagem e ecocardiograma transtorácico sem alterações. Hepatites B e C e HIV negativas. Iniciado novo esquema antibiótico empirico. Após 15 dias do início da febre, surgiu bradipsiquismo e rigidez de nuca, com punção liquorica evidenciando teste rápido molecular com presença de Mycobacterium tuberculosis. Iniciada terapia para meningite tuberculosa e em 48h paciente encontrava-se assintomático com normalização de todos os parâmetros infecciosos. Recebeu alta hospitalar em 2 semanas com bom estado geral e assintomático.

Conclusões/Considerações Finais

Embora Meningite por BK seja uma realidade importante no Brasil, muitas vezes, se apresenta como um importante desafio diagnóstico pela inespecificidade dos sintomas principalmente em paciente sem HIV. Hipóteses diagnósticas em casos de FOO devem contemplar essa entidade.

Palavras Chave

Meningite; Tuberculose; Febre

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Federal dos Servidores do Estado - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

FRANCINE DE PAULA PORTO SACRE, MARIA ISABEL GUARÇONI MIGUEIS , LARISSA DA ROCHA BORGES, CIBELE FRANZ, LUIZA CUPERTINO BERGOMI