Dados do Trabalho
Título
PARACOCCIDIOIDOMICOSE PULMONAR E ADRENAL: RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução
A paracoccidioidomicose é causada por um fungo termodimórfico de duas
principais espécies (P. brasiliensis e P. lutzii) endêmico e relacionada às atividades
agrícolas. A infecção geralmente ocorre nas primeiras duas décadas de vida, podendo se
manifestar de duas formas principais. A forma aguda/subaguda, com distribuição igual entre
os gêneros, contribui com cerca de 10% dos casos e faixa etária predominante em menores
de 30 anos de idade, apresenta rápida disseminação do fungo a múltiplos órgãos, com
febre, linfadenomegalia, hepatoesplenomegalia, lesões mucocutâneas, osteoarticular e
eosinofilia, sendo raro o comprometimento pulmonar. A forma crônica (adulto), responsável
pela maioria dos casos, predomina em homens, com relação homem:mulher de 15:1, faixa
etária predominante de 30 a 60 anos. Antecedente de tabagismo e etilismo tem alta
correlação com essa forma e o acometimento pulmonar está presente em 90% dos
pacientes, podendo também acometer adrenais, sistema nervoso central e mucocutâneo.
Objetivos
Descrever um paciente com recidiva de paracoccidioidomicose em sua forma
crônica, com acometimento pulmonar e adrenal, tratado por 24 meses.
Delineamento e Métodos
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 65 anos, procedente do interior de São Paulo,
com antecedente profissional de trabalhador rural. Queixa de dispneia moderada e tosse
produtiva há 1 mês. Antecedente de tabagismo, enfisema, hipertensão e diagnóstico prévio
de “blastomicose” há 10 anos tratado com itraconazol por doze meses. Ao exame clínico
com murmúrio vesicular diminuído globalmente e estertores finos difusos. Tomografia de
tórax com enfisema centrolobular e parasseptal, pneumopatia intersticial difusa bilateral,
massa adrenal esquerda de 4,2 cm e espessamento de adrenal direita.
Resultados
Realizada broncoscopia com biópsia transbrônquica com resultado inconclusivo. Procedida a biópsia a
céu aberto de língula pulmonar que evidenciou inúmeras estruturas fúngicas redondas com
brotamentos, compatíveis com Paracoccidioides brasiliensis. Realizado tratamento com
sulfametoxazol/trimetoprima 400/80mg 3 comprimidos a cada 12 horas por 24 meses com
melhora do quadro clínico e do padrão tomográfico pulmonar e de adrenais.
Conclusões/Considerações Finais
Apesar do tratamento da paracoccidioidomicose com itraconazol ser
considerada a primeira opção, sulfametoxazol/trimetoprima também demonstrou ser eficaz
nesse caso, sendo medicamento mais facilmente disponível pelo Sistema Único de Saúde,
com bom perfil de efeitos adversos.
Palavras Chave
paracoccidioidomicose
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba - São Paulo - Brasil
Autores
KARENN KAROLINNE SILVA ELIAS, DANIELE CARDOSO GOMES, WANDERSON SOUZA MARTINS, ANA CLARA BAZ LAURETTO, RAFAEL SAAD