Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA DE FARINHAS DE MARACUJÁ DA CAATINGA (Passiflora cincinnata) E MARACUJÁ SILVESTRE (Passiflora setacea) E APLICAÇÃO COMO SUBSTRATO NÃO-CONVENCIONAL PARA OBTENÇÃO DE PECTINAS

Introdução

As espécies Passiflora cincinnata e Passiflora setacea são amplamente distribuídas entre as regiões do nordeste, incluindo o estado da Bahia. Ambas são utilizadas no consumo in natura, no preparo de doces, geleias e com finalidade ornamental. Os frutos apresentam fácil obtenção e cultivo, sendo bastante utilizados na medicina popular e cosmética. Assim, considerando o potencial de utilização diversificado das espécies de maracujá supracitadas, o presente estudo caracterizou a composição químico-bromatológica da Farinha de Casca de Maracujá de P. cincinnata (FCMc) e da Farinha de Casca de Maracujá de P. setacea (FCMs) produzida após desidratação das cascas a 60⁰C em estufa com circulação forçada de ar.

Material e Métodos

A caracterização químico-bromatológica foi realizada de acordo com os métodos oficiais do Instituto Adolfo Lutz. Além disso, as farinhas das cascas foram utilizadas como substrato em processo de extração ácida assistida por ultrassom de alta intensidade (20 kHz, 160-190 J/cm3, pH 1.5 em ácido cítrico por 15 e 20 min, respectivamente) para a obtenção de pectinas. Após o processo de extração procedeu-se com etapas de filtração, centrifugação e precipitação das pectinas com etanol 96% (1:3, v/v).

Resultados e Discussão

Foram obtidos os seguintes resultados relacionados à composição de FCMc e FCMs, respectivamente: umidade - 7,06±0,2% e 5,37±0,4%; cinzas – 5,94±0,5% e 4,97±0,3%; proteínas – 12,24±0,5% e 11,46±0,4%; lipídeos – 3,15±0,3% e 2,31±0,8%; carboidratos – 71,65±0,6% e 77,57±2,11%; valor calórico – 363,52±1,17 e 373,15±11,90; pH – 4,70±0,01 e 4,41±0,01; sólidos solúveis em °Brix – 0,20; acidez titulável- 3,09±0,2% e 2,94±0,04%. Em relação ao conteúdo de pectinas foi alcançado um rendimento médio de 10,73±0,06% para P. cincinnata e 11,78±1,01% para P. setacea após a extração assistida por ultrassom.

Conclusão

Os resultados indicam que as farinhas das cascas de Passiflora cincinnata e Passiflora setacea, apresentam valores nutricionais promissores e podem ser substratos interessantes para extração de pectinas dependendo, contudo, de mais estudos com vistas à otimização dos parâmetros de extração para melhorar o rendimento.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Autores

Denise Nathiele Santos Souza Batista, Sibele Santos Lima, Isabelle Palma Patrício Santos, Géssica Thailane da Silva Pinto, Jacqueline Carvalho de Souza, Ana Camile Assis de Jesus, Maria de Fátima Bonfim da Conceição, Joseane Cardoso Gomes de Alencar, Lorena Santos de Almeida, Bruno Nicolau Paulino