Dados do Trabalho
Título
FILMES À BASE DE POLISSARÍDEOS COMERCIAIS: DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO PARA USO ALIMENTÍCIO
Introdução
Tendo em vista os problemas ambientais resultantes do uso de embalagens
de alimentos provenientes de fontes não renováveis, os filmes biodegradáveis à base de
polissacarídeos e proteínas surgem como uma alternativa na indústria de embalagens. O
amido de mandioca é um polissacarídeo de grande interesse para uso em formulações
filmogênicas devido sua ampla disponibilidade e facilidade de formação de filmes.
Vantagens desse composto ainda incluem custo-benefício, não toxicidade e
biodegradabilidade. A gelatina é uma proteína extraída de peixe que apresenta
características de formação de películas, boas propriedades funcionais e utilidade como
barreira externa para proteger os alimentos do ressecamento, da exposição à luz e
oxigênio. A combinação desses compostos pode proporcionar filmes renováveis com
características ideais para aplicação alimentícia.
Material e Métodos
Nesse contexto, o presente artigo teve
como objetivo o desenvolvimento e caracterização de filmes a base de amido de mandioca
e gelatina pelo método casting. Foram realizadas diferentes formulações, sendo
denominadas de G0, G50 e G100, que correspondem à filmes à base 100% p/p de amido
de mandioca, 50% p/p de amido de mandioca e gelatina e 100% p/p de gelatina.
Resultados e Discussão
As
formulações apresentaram boa homogeneidade e flexibilidade. Em relação a espessura do
filme, o teor de amido influenciou diretamente na produção de materiais mais espessos,
abrangendo valores de G0: 143,00±15,36; G50: 124,50±4,67 e G100: 102,00±7,31 um.
Esses valores são suportados pela grande porção ramificada do polissacarídeo, a
amilopectina. Da mesma maneira, a opacidade foi elevada com o aumento da proporção
do amido de mandioca, abrangendo valores 0,54±0,03, 1,49±0,20 e 2,91±0,19. Todos os
valores são relativamente baixos, constatando a tendência transparente dos materiais, uma
característica altamente desejável para os consumidores de alimentos. Quanto a barreira
a luz ultravioleta (UV), os materiais apresentaram valores de G0: 2,28, G50: 12,57 e
G100: 14,77. Filmes com altos valores de barreira UV podem evitar a oxidação dos
alimentos e consequentemente, a sua deterioração.
Conclusão
Dessa forma, as formulações
estudadas podem proporcionar uma solução promissora e sustentável para a indústria de
embalagens alimentícia, alinhando-se com as demandas atuais de tecnologias
ambientalmente responsáveis que podem prolongar a vida útil dos alimentos.
Área
Alimentos não convencionais: fontes alternativas
Autores
Lívia Cirino Carvalho, Rafaella Andressa Silva Bruni, Eloize Silva Alves