Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE CONDIMENTOS COMERCIALIZADOS EM FEIRAS LIVRES DO MUNICÍPIO DE BELÉM, PARÁ.

Introdução

Condimentos são substâncias naturais tradicionalmente utilizadas para aprimorar características sensoriais de alimentos. Geralmente crescem e são colhidos em precárias condições sanitárias, áreas com elevada umidade e temperatura, condicionando tais alimentos a potencial contaminação microbiológica. As feiras livres são locais de comercialização onde existe uma maior susceptibilidade de contaminação, visto que condições de armazenamento e exposição dos produtos, são majoritariamente inadequadas. Assim, objetivou-se avaliar a contaminação microbiana em condimentos comercializados em feiras livres do município de Belém-PA.

Material e Métodos

Os condimentos urucum (Bixa orellana L.) e cominho (Cuminum cyminum L.) foram adquiridos nas feiras do Ver-o-Peso (F1) e 8 de maio (F2). Transportaram-se as amostras em caixas térmicas até o laboratório de microbiologia da UEPA-CCNT. Foram feitas as seguintes análises segundo os métodos de Silva et al. (2017): pesquisa de Salmonella spp., coliformes a 35 °C e 45 °C, bolores e leveduras e identificação de fungos filamentosos através do microcultivo.

Resultados e Discussão

Identificou-se a presença de Salmonella spp. nas amostras adquiridas em F1, constatou-se que a contaminação por coliformes a 35 °C e 45 °C apresentaram valores superiores em F1 (urucum: 93 e 240 (NMP/g); cominho: 9,2 e 23(NMP/g)) quando comparados com F2 (urucum: 9,2 e 9,2 (NMP/g); cominho: 9,2 e 23(NMP/g)). Na contagem de bolores e leveduras obtiveram-se valores superiores nas amostras de urucum (F1: 2,6×105(UFC/g); F2: 2,2×105(UFC/g)) em relação as amostras de cominho (F1: 1,5×104(UFC/g); F2: 3,9×104(UFC/g)). Identificou-se através do microcultivo, fungos da espécie Aspergillus niger nas amostras de cominho. A legislação brasileira preconiza ausência de Salmonella spp., assim as amostras de F1 estão fora dos parâmetros estabelecidos. A presença de coliformes termotolerantes em quantidades superiores nas amostras F1 são indicadores de condições higiênico-sanitárias inadequadas. Destaca-se a presença de bolores e leveduras em todas as amostras, indicando facilidade de contaminação fúngica, logo são microrganismos que precisam ser considerados para garantir a segurança dos consumidores, já que gêneros como Aspergillus tem capacidade de produzir diferentes micotoxinas potencialmente nocivas à saúde humana.

Conclusão

Portanto, nota-se que há necessidade de políticas públicas que promovam a conscientização de feirantes que comercializam produtos alimentícios, além disso, sugere-se também a complementação da legislação atual incluindo parâmetros que abranjam espécies fúngicas.