Dados do Trabalho

Título

DESENVOLVIMENTO DE FILMES BICAMADA DE AMIDO REFORÇADO COM NANOFIBRAS DE ZEÍNA E ÓLEO ESSENCIAL DE TOMILHO (THYMUS VULGARIS) PARA EMBALAGENS

Introdução

O amido é um biopolímero facilmente encontrado, de baixo custo, seguro, biodegradável e reciclável, tornando-o promissor utilizá-lo em embalagens de alimentos. Entretanto, filmes à base de amido têm alta hidrofilicidade, permeabilidade e fragilidade. O objetivo desse estudo foi produzir filmes de amido de batata doce reforçados com nanofibras de zeína com óleo essencial de tomilho encapsulado e avaliar sua espessura e hidrofobicidade.

Material e Métodos

Os filmes foram produzidos por casting. A suspensão do filme com 4% de amido, água destilada e glicerol foi aquecida sob agitação até 90°C para gelatinização do amido, após foi resfriada até 50°C e despejada em placas para secagem a 30°C por 16 horas. Produziu-se as nanofibras por electrospinning, 30% de zeína (p/v) dissolvida em etanol 70% (v/v) sob agitação por 30 minutos e posteriormente o óleo foi adicionado (60% v/p). A solução foi injetada em seringa e bombeada (1 mL.h⁻¹) sob uma tensão de 20kV. Um alvo coletor foi posicionado a 20 cm, sendo os filmes a base de coleta. A espessura dos filmes foi mensurada em 8 posições usando um micrômetro digital. Para analisar o ângulo de contato com a água, uma gota (3 µL) foi pingada em triplicata na superfície das amostras utilizando-se um tensiômetro óptico.

Resultados e Discussão

A espessura dos filmes variou de 0,122 a 0,194 mm. A incorporação de nanofibras gerou aumento na espessura do filme de 0,122 ±0,01 para 0,170 ±0,01 mm. Isso ocorre porque o aumento do nível de nanopartículas amplia a quantidade de matéria seca na matriz do filme, resultando em maior espessura. A inclusão do óleo nas nanofibras também contribuiu para o aumento de 0,022 mm na espessura final do filme. O ângulo de contato demonstrou que embora o filme de amido seja hidrofílico, a incorporação de nanofibras carregadas com óleo resultou em um filme bicamada mais hidrofóbico, com valores variando de 43,6° a 75,4°. Os aminoácidos presentes na zeína contribuem para diminuir a afinidade do polímero pela água e o óleo essencial é um composto hidrofóbico.

Conclusão

Neste contexto, a incorporação de nanofibras carregadas com óleo essencial se torna uma forma promissora para gerar uma superfície ativa mais hidrofóbica.