Dados do Trabalho
Título
CASCA E POLPA DE MANGA FORA DO PADRÃO DE COMERCIALIZAÇÃO COMO FONTE DE CAROTENOIDES
Introdução
A manga (Mangifera indica L.) é uma fruta tropical amplamente cultivada em mais de uma centena de países, sendo particularmente popular na região Sul do Brasil, onde o consumo per capita é notavelmente alto, aproximadamente 1,92 kg por habitante, refletindo uma preferência regional marcante. Durante o amadurecimento da manga, mudanças significativas na cor da casca e nas características da polpa são mediadas pela presença de pigmentos como carotenoides e clorofilas. Por vezes, frutas e vegetais com danos ou manchas são evitados pelos consumidores, o que pode contribuir para o desperdício alimentar. O objetivo deste estudo foi determinar os carotenoides totais na polpa e na casca secas da manga cv. Tommy Atkins, que não apresentava as características padrão destinadas ao consumo.
Material e Métodos
As frutas foram selecionadas visualmente em um mercado local em Florianópolis/SC, priorizando aquelas com pequenas avarias na casca, manchas mais proeminentes e estágio de amadurecimento mais avançado. A polpa e a casca foram secas em estufa com circulação de ar a 60 °C, por 24 horas. Os produtos secos foram triturados, peneirados (35 mesh) e armazenados congelados até a análise. A extração exaustiva dos carotenoides foi realizada com acetona, seguida de saponificação com solução metanólica de hidróxido de potássio (10%), por 16 horas, em temperatura ambiente e ausência de luz. Os carotenoides totais foram determinados por espectrofotometria UV-Vis, em 442 nm, utilizando o coeficiente de absortividade da violaxantina em acetona (A = 2400) para a polpa, e em 450 nm, utilizando o coeficiente de absortividade do β-caroteno em acetona (A = 2592), para a casca.
Resultados e Discussão
Os resultados indicaram que o teor de carotenoides totais na polpa de manga secafoi de 55,48 ± 9,96 µg/g de polpa (base seca). Na casca de manga, o teor de carotenoides foi de 151,02 ± 6,83 µg/g (base seca), mais de 2 vezes superior ao da polpa. Essa diferença pode ser atribuída ao papel fotoprotetor desempenhado pelos carotenoides, sendo que a exposição solar intensa estimula a síntese destes compostos, resultando em uma maior concentração na casca. Estes resultados sugerem que a casca pode ser considerada uma fonte significativa para a obtenção desses compostos bioativos.
Área
Sustentabilidade na cadeia produtiva de alimentos
Autores
Gabriela Gomes Minatel, Carlen Bettim Bianchini, Itaciara Larroza Nunes