Dados do Trabalho
Título
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E DETERMINAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM CASCA DE ARROZ NEGRO (ORYZA SATIVA L.)
Introdução
O arroz é componente essencial na dieta de aproximadamente 3,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo. No Brasil, há uma significativa produção agrícola desse grão. Dentre os tipos de arroz produzidos, encontra-se o arroz negro, notável por seu elevado teor de compostos fenólicos. Entretanto, durante o beneficiamento desse grão, elevada quantidade de resíduos é gerada, incluindo a casca, o que pode acarretar problemas ambientais. Embora comumente associado como uma fonte de carboidratos, o arroz, especialmente na forma integral, pode fornecer proteínas, fibras, minerais e vitaminas, ampliando seu perfil nutricional. As antocianinas são os principais flavonoides encontrados no arroz negro, responsáveis por sua coloração característica e suas propriedades antioxidantes, desempenhando papéis importantes na saúde humana. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar a composição centesimal, as características físico-químicas (pH) e o teor de compostos fenólicos presentes na casca do arroz negro.
Material e Métodos
A análise da composição centesimal foi conduzida de acordo com metodologia estabelecida pela Association of Official Analytical Chemists, avaliando os teores de proteína, lipídeos, cinzas e umidade. A determinação do pH foi realizada utilizando potenciômetro, conforme método do Instituto Adolfo Lutz. O extrato foi obtido utilizando-se 10 g de casca e 40 mL de solvente (etanol, metanol, acetona e água destilada na proporção de 1:1:1:1 v/v/v/v), sendo esse homogenato submetido a ultrassom de alta frequência (amplitude de 90% / 4 minutos). O teor de compostos fenólicos no extrato foi determinado pelo ensaio do reagente Folin-Cicateau.
Resultados e Discussão
A casca do arroz negro apresentou 0,243% de proteína, 0,060% de lipídeos, 19,90% de cinzas, 11,42% de umidade, pH de 5,34 e teor de fenólicos totais de 0.89 ± 0.04 mg AGE/g de casca de arroz. Deste modo, verificou-se que a casca apresentou baixo teor de proteínas e lipídeos. A elevada porcentagem de cinzas sugere que a casca é rica em minerais, e devido à baixa umidade e pH ligeiramente ácido, é estável para ser armazenada sem deterioração significativa. A presença de compostos fenólicos, mesmo em concentração baixa, pode adicionar um valor benéfico à casca.
Conclusão
No entanto, novos métodos e/ou combinações de solventes devem ser estudados para potencializar a extração desses compostos.
Área
Química, bioquímica e físico-química de alimentos
Instituições
Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP - Minas Gerais - Brasil
Autores
David Eduardo Jimenez Centeno, Raissa Soares Gomes, Alice Mendes de Carvalho, Luciana Rodrigues da Cunha