Dados do Trabalho


Título

Análise da informação nutricional de pães sem glúten comercializados no Brasil

Introdução

Nos últimos anos ocorreu um aumento expressivo do número de consumidores de produtos sem glúten, transformando o mercado global de alimentos. Dentre estes produtos, o pão é o mais consumido e, sabe-se pouco sobre sua composição. Assim, objetivou-se avaliar a informação nutricional dos pães sem glúten (PSG) comercializados no Brasil.

Material e Métodos

Foi utilizado o Banco Brasileiro de Rótulos de Alimentos, possibilitando a análise de 87 rótulos de PSG, sendo 70% pão de forma, 7% bisnaguinha, 4,5% pão de queijo, 4,5% pão para hamburguer, 3,5% ciabatta, 10,5% pães chatos (sírio, wrap e tortilha). O pão de queijo, não é fermentado, mas foi incluído na análise devido a frequência de consumo pelos brasileiros com doença celíaca.

Resultados e Discussão

Como esperado os carboidratos são os nutrientes em maior quantidade nos PSG, apresentando média de 40,9 g, gorduras totais 89 g e proteínas 4,8 g. Observou-se teor variável de fibras de 0 e 10,4 g. Em relação a gordura saturada, 15 pães estavam isentos, sendo 9 amostras de pão de forma, 3 wrap, 1 pão sírio e 2 bisnaguinhas, os demais PSG continham quantidades que variavam entre 0 e 4,7 g, sendo encontradas amostras de pães de forma e bisnaguinha que ultrapassaram o teor de 6/100 g de alimento, ou seja, terão que utilizar a rotulagem nutricional frontal “alto em gordura saturada”, se não forem reformulados. Nenhum PSG continha gordura trans. Apenas 38 pães (pães de forma, tortilha, bisnaguinha, hambúrguer, sírio e ciabatta) possuíam alegação de ‘fonte de fibras”, apresentando teor superior a 5/100 g de alimento como determina a IN nº 75/2020. Em relação ao teor de sódio, encontrou-se a variação de 80 a 734 mg/100 g, chegando ultrapassar o crítico de 600 mg/ 100 g estabelecido para o uso do selo “alto em sódio” de acordo com a RDC 429/2020. Assim, os resultados mostram que alguns PSG levarão selo de advertência “alto em sódio” e “alto em gordura saturada”, caso não passem por reformulação até o final do prazo para implementação da RDC 429/2020.

Conclusão

Este levantamento mostra que os PSG, caracterizados como fonte de amido, continuam apresentando pobre perfil nutricional em proteínas, fibras e micronutrientes.

Área

Aspectos regulatórios e inovações em embalagens de alimentos

Instituições

Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Emily Pinheiro Santos, Lívia Cristine Horácio, Angela Oliveira Godoy Ilha, Vanessa Dias Capriles, Veriana Vera Rosso