Dados do Trabalho


Título

INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL BIOLÓGICO DE PECTINAS MODIFICADAS EM MODELO EXPERIMENTAL (IN VIVO) INDUZIDO A LESÕES PRÉ-NEOPLÁSICAS COLORRETAIS

Introdução

Alterações dietéticas como a redução da ingestão de alimentos in natura tem contribuído para aumento de inúmeras doenças crônicas, incluindo o câncer. Diante desse cenário, o trabalho visou explorar os efeitos biológicos das pectinas modificadas na diminuição da progressão da carcinogênese colorretal.

Material e Métodos

Inicialmente foram realizadas lavagens alcoólicas, filtragens e secagens com amostras comerciais de farinha de maracujá. A modificação hidrotérmica a 121ºC por 1h possibilitou a fragmentação molecular das cadeias pécticas. Posteriormente o conteúdo foi suspenso em etanol, filtrado e secado, para que fossem enviados para a empresa responsável em produzir as rações de pectinas modificadas a 2,5%, 5% e 10% e pectina nativa 5% (sem modificação hidrotérmica). O experimento foi realizado em camundongos C57BL/6, que foram induzidos a carcinogênese colorretal com azoximetano e a colite ulcerativa com dextrano sulfato de sódio. Após o tratamento, os animais foram eutanasiados por inalação de isoflurano (CEUA/FCF 013.2022 – P 636).

Resultados e Discussão

Observou-se ganho de peso especialmente no grupo de pectina modificada a 10% quando comparado ao grupo com pectinas nativas (p=0,0002). Em relação à sintomatologia, os animais foram avaliados através de escore clínico. O grupo controle contabilizou maior pontuação quando comparado com a pectina nativa 5% no primeiro ciclo de dextrano (p=0,02); enquanto no segundo ciclo houve diferenças das modificadas a 5% (p=0,03) e 10% (p=0,005). Todos os grupos se mostraram estatisticamente significativos quando comparados ao grupo controle (sem pectina) no comprimento do cólon. Além disso, foi realizada as quantificações de pólipos, em que todos os grupos das modificadas apresentaram redução em comparação ao grupo controle.

Conclusão

Esses resultados assemelham-se a inúmeros estudos experimentais, sendo que as pectinas nativas dispõe de cadeias moleculares mais extensas que podem ter proporcionado menor saciedade. Além disso, outros efeitos biológicos benéficos podem ser atribuídos às pectinas modificadas. Esses resultados correspondem aos efeitos benéficos das pectinas modificadas, como a atenuação da inflamação, aumento dos ácidos graxos de cadeia curta que servem como fonte energética aos colonócitos, melhorando assim, a sintomatologia. Os dados mostram que as pectinas de maracujá, especialmente quando modificadas, podem apresentar efeitos de atenuação da progressão da carcinogênese colorretal quimicamente induzida em camundongos.

Área

Alimentos funcionais e nutrição

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Ana Caroline Melo Modesto, Lucas Freitas Pedrosa, João Paulo Fabi