Dados do Trabalho


Título

CRIAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE UM PROTÓTIPO DE EMBALAGEM ATIVA E BIODEGRADÁVEL PARA MUDAS DE PLANTAS: O "BIOSACO"

Introdução

A produção excessiva de plásticos e seu impacto ambiental impulsionam a pesquisa em polímeros biodegradáveis. Na agroindústria, embalagens ativas biodegradáveis interagem com seu conteúdo, liberando nutrientes e agrotóxicos gradualmente, promovendo sustentabilidade. Este estudo analisou as propriedades físicas, funcionais e de umidade de um protótipo de “Biosaco” feito com gelatina, glicerol, extrato de Aloe vera e fosfato de cálcio.

Material e Métodos

Para obter o extrato de Aloe vera, as folhas frescas foram lavadas e sanitizadas. Após a remoção dos espinhos laterais e um corte transversal da base ao ápice, o gel foi extraído, homogeneizado, filtrado e armazenado. Os biopolímeros de gelatina e o glicerol foram dissolvidos em 100 mL de uma solução de água destilada e extrato de Aloe vera (8:2), aquecidos em banho-maria a 95ºC por 15 minutos e submetidos a um banho ultrassônico a 40ºC por 20 minutos. Em seguida, 20 mL das soluções foram vertidas em placas Petri e secadas em estufa a 50ºC por 24 horas. Após a secagem, as placas ficaram em temperatura ambiente para facilitar a remoção do filme. Foram realizadas análises tácteis, visuais, de umidade e solubilidade. Os resultados foram analisados estatisticamente com teste t, com intervalo de confiança de 95%, usando Excel.

Resultados e Discussão

Os bioplásticos desenvolvidos nas proporções 1:1:2 (10% de glicerol, 10g de gelatina e 20% de Aloe vera) e com adição de fosfato de cálcio (300mg/L) mostraram-se homogêneos, transparentes, sem bolhas e flexíveis. O bioplástico sem fosfato apresentou 40% de umidade e solubilidade em água de 44%, enquanto o com fosfato apresentou 47% de umidade e 55% de solubilidade. Os resultados de umidade e solubilidade dos filmes de "Biosaco" são cruciais para sua eficácia como alternativa ao polietileno. Alta umidade pode reduzir a durabilidade, enquanto baixa umidade oferece mais estabilidade. Alta solubilidade facilita a degradação rápida, mas baixa solubilidade é melhor para durabilidade em condições úmidas.

Conclusão

Os resultados indicam que o “Biosaco” é uma alternativa promissora ao polietileno. Ele oferece biodegradabilidade, uso de recursos renováveis e propriedades mecânicas ajustáveis, sendo uma opção viável física e ambientalmente, contribuindo para a redução da poluição e da dependência de combustíveis fósseis.

Área

Processos biotecnológicos para produção de alimentos e bioinsumos

Instituições

UESB - Bahia - Brasil, UFBA - Bahia - Brasil

Autores

Isabella Porto Santos, Robson Silva da França, Flávio Mendes de Souza, William Soares da Silva, Tayse Dantas Rebouças Santos Ribeiro, Wilson Rodrigues Pinto Júnior