Dados do Trabalho

Título

PRODUÇÃO DE LIPÍDIO MICROBIANO A PARTIR DAS RAMAS DE BATATA-DOCE PARA APLICAÇÃO EM ALIMENTOS, FÁRMACOS E/OU BIOCOMBUSTÍVEIS

Introdução

Busca por fontes alternativas de lipídios tem aumentado devido à preocupação com escassez de alimentos e impacto ambiental dos combustíveis fósseis. Além das fontes tradicionais, microrganismos como leveduras podem produzir lipídios úteis em aditivos alimentares, produção de óleos essenciais e biodiesel. A levedura Lipomyces starkeyi é destacada por sua capacidade de acumular lipídios em até 70 % (m/m), se estiver em condições favoráveis de limitação de nitrogênio. Também, esta levedura tem capacidade de assimilar diversas matérias-primas como sacarose, hidrolisados de biomassas lignocelulósicas e apresenta tolerância à presença
de inibidores. Apesar do potencial de aplicação dos lipídios microbianos, sua produção exige um alto custo devido ao uso de fontes de carbono convencionais. Contudo, subprodutos agrícolas como as ramas da batata-doce, material lignocelulósico composto por celulose, hemicelulose e lignina, são uma alternativa interessante como
matéria-prima para a produção de lipídios microbianos. Isso representa uma forma sustentável e inovadora de lidar com os resíduos e reduzir o impacto ambiental causado pelo descarte inadequado dos mesmos. Assim, objetivou-se avaliar a utilização das ramas da batata-doce como matéria-prima para a produção de lipídio microbiano
através da levedura L. starkeyi DSM 70296.

Material e Métodos

As ramas foram tratadas químicamente utilizando ácido sulfúrico 2,5 % (m/v), carga de sólidos de 22 % (m/m), a 121 °C por 30 min. As fermentações foram realizadas, em frascos Erlenmeyer com volume de trabalho final de 50 mL, utilizando o hidrolisado das ramas (C/N=50) como meio de cultura, 10% (v/v) de inóculo, incubado a 28 °C e 200 rpm por 120 h. A biomassa microbiana foi determinada por peso seco a 60°C até atingir peso constante e o conteúdo lipídico pelo método de Bligh & Dyer.

Resultados e Discussão

A L. starkeyi foi capaz de utilizar o hidrolisado das ramas como meio de cultura, atingindo crescimento máximo de 14,8 g/L de biomassa microbiana em 48 h e 16,5 % (m/m) de conteúdo lipídico.

Conclusão

Dessa forma, o hidrolisado das ramas da batata doce pode ser considerado uma matéria-prima com potencial de utilização para obtenção de produtos de alto valor agregado, como os lipídios microbianos, além de promover a sustentabilidade.