Dados do Trabalho
Título
DIVERSIDADE GENÉTICA E A RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM CEPAS DE ESCHERICHIA COLI ISOLADAS DE MOLUSCOS BIVALVES CULTIVADOS EM SANTA CATARINA
Introdução
Santa Catarina se destaca como o principal produtor nacional de moluscos
bivalves de cultivo, contribuindo com aproximadamente 95% da produção do país. Por
se tratarem de organismos filtradores, os moluscos bivalves são vistos como vetores
comuns de doenças associadas ao consumo de alimentos de origem marinha. A presença
de resíduos antimicrobianos no ambiente aquático é responsável por uma pressão seletiva
nos microrganismos que, através de diferentes mecanismos, promovem o aumento de
Resistência aos Antimicrobianos (RAM). A RAM é considerada uma das principais
ameaças à saúde pública, à segurança de alimentos, ao desenvolvimento e à economia
global. Escherichia coli é usada como indicador para classificação das áreas de cultivo
no Brasil e na União Européia e é considerada uma bactéria adequada para estudos de
RAM. O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de RAM em 31 cepas de E. coli
isoladas de moluscos bivalves cultivados em Santa Catarina, nos anos de 2022 e 2023, e
observar a diversidade genética por ERIC-PCR.
Material e Métodos
Colônias típicas foram testadas frente a
15 antimicrobianos de importância clínica e veterinária pelo método de difusão disco em
ágar Mueller-Hinton de acordo com as recomendações do Clinical and Laboratory
Standards Institute (CLSI) e do Brazilian Committee on Antimicrobial Susceptibility
Testing (BRCast). Após, os isolados foram analisados através de sequências repetitivas
de consenso intergênico (ERIC-PCR) utilizando primer ERIC-2. O dendrograma foi
gerado pelo software BioNumerics.
Resultados e Discussão
Dos isolados analisados 25,8% foram classificados
como MDR (multirresistentes) e 67,7% foram resistentes a pelo menos um dos
antimicrobianos testados. Os isolados foram agrupados em 29 grupos com base na
similaridade genética, e a maior similaridade de 92,9% foi observada entre dois isolados
coletados em diferentes regiões de Santa Catarina (Palhoça e Florianópolis). Um dos
isolados foi sensível a todos os antimicrobianos testados, enquanto o outro resistente a
apenas dois deles.
Conclusão
Esse padrão seguiu entre os diferentes grupos de maior similaridade
genética, o que sugere que a sensibilidade aos antimicrobianos se dá de forma aleatória
entre os grupos formados pelo dendrograma, não sendo possível estabelecer um padrão
bem definido entre genótipo e RAM.
Área
Toxicologia e microbiologia de alimentos
Instituições
Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil
Autores
Natália Moraes da Silva, Marcel Afonso Provenzi, Daniane Aparecida Netzel, Maria Júlia Savi, Luiza Schmidt D'Agostini, Patrícia Hermes Stoco, Tiago Casella, Marília Miotto