Dados do Trabalho


Título

Cafés Especiais: Uma Análise Sensorial e Química dos Grãos do Brasil, Etiópia e Colômbia

Introdução

O conceito de café especial surgiu na década de 1970, usando o termo para descrever grãos com o melhor sabor, produzidos em microclimas especiais. Café é uma commodity, mas o café especial não é. O café commodity é produzido e vendido para fins comerciais, enquanto o café especial é feito e vendido para uso pessoal. Os cafés commodities são muitas vezes misturados para criar um sabor consistente. Por outro lado, os cafés especiais são feitos de grãos de alta qualidade provenientes de fazendas menores. Cafés especiais são grãos de café da espécie arábica, cultivados em condições ideais e processados com a máxima qualidade. Para que um café seja considerado especial, ele deve passar pela metodologia criada pela SCAA (Specialty Coffee Association of America) e obter ao menos 80 pontos, avaliados em diversos critérios.

Material e Métodos

Este estudo utilizou o protocolo da Specialty Coffee Association (SCA) para classificar cafés especiais do Brasil, Etiópia e Colômbia, analisando sensorialmente e quimicamente (cafeína e compostos fenólicos via HPLC) doze amostras de grãos verdes torrados.

Resultados e Discussão

A diversidade genética dos grãos etíopes resulta em sabores variados, enquanto os cafés colombianos, cultivados em altitudes elevadas, apresentam corpo e acidez equilibrados. O Brasil, um dos maiores produtores mundiais, destaca-se pelos cafés Arábica com pontuação mínima de 80 na análise sensorial da BSCA. As diferenças marcantes entre os cafés desses países são influenciadas por fatores como terroir, variedade de grãos e processos de cultivo e processamento. Os cafés etíopes, processados naturalmente, possuem sabores frutados e complexos. Os colombianos, processados pelo método seco ou úmido, têm um perfil de sabor mais limpo. No Brasil, a diversidade de microclimas e o manejo sustentável resultam em perfis sensoriais distintos. Não foram observadas diferenças significativas nos teores de cafeína (0,12 a 0,39 mg/g) e compostos fenólicos (7,12 a 32,21 mgGAE/g).

Conclusão

A comparação entre os cafés desses países revela a riqueza da diversidade do café e a importância de práticas sustentáveis.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Autores

RAQUEL LINHARES BELLO DE ARAUJO, Renata Adriana Labanca, Pernilla EKFELDT, Miguel Feijao Galrinho, Claudia Pereira Passos, Manuel Antônio Coimbra, Raquel Linhares Bello Araujo