Dados do Trabalho
Título
ATIVIDADES PROTEOLÍTICAS E DE COAGULAÇÃO DO LEITE DE UMA PROTEASE ASPÁRTICA PRODUZIDA POR PENICILLIUM ROQUEFORTI
Introdução
As proteases aspárticas são amplamente utilizadas na
quebra de ligações peptídicas em proteínas. As de origem microbiana estão sendo mais
exploradas devido às limitações das proteases de origem animal e vegetal para atender às
demandas industriais. Neste estudo objetivou-se obter proteases aspárticas produzidas por
Penicillium roqueforti por meio de fermentação em estado sólido.
Material e Métodos
O processo de
fermentação foi conduzido utilizando farelo de soja como substrato base, com adição
parcial de ora-pro-nóbis e mandacaru em diferentes proporções (10:90, 20:80, 30:70,
40:60). Após esterilização, os recipientes foram inoculados com 106
esporos/g. A
umidade foi mantida a 70%, e a fermentação ocorreu a 25°C por 72 horas. Após a
fermentação, as amostras foram submetidas à extração e quantificação das atividades
correspondentes. A atividade proteolítica (PA) foi avaliada utilizando caseína como
substrato. O extrato enzimático foi misturado com uma solução de caseína a 1,0% em
tampão fosfato de potássio 100 mM pH 6,0 a 37°C por 10 minutos. A reação foi
interrompida com ácido tricloroacético a 10% e centrifugada a 1780 g por 15 minutos. A
quantificação foi realizada pela absorbância do sobrenadante a 280 nm. A atividade de
coagulação do leite (MCA) foi determinado utilizando 1 mL de substrato (leite desnatado
a 12% em CaCl2 20 mM, pH 6,5) a 45°C durante 5 min, seguido da adição de 0,1 mL da
enzima. O tempo necessário para a formação da coalhada foi registrado e o MCA foi
expresso em unidades Soxhlet (U). Os dados foram submetidos à análise de variância
(ANOVA) utilizando o programa SAS, Studio.
Resultados e Discussão
Os valores de atividade proteolítica foram
semelhantes entre todos os tratamentos com atividades em torno de 2,22±0,10 a
1,80±0,17 U/mL, respectivamente. Não houve diferença significativa entre os
tratamentos (p>0,05). Os tratamentos com farelo de soja e mistura com mandacaru
(20:80, 30:70) exibiram os mais altos valores de MCA, atingindo 296,29; 206,64; e
181,13 (U/mL), respectivamente. Esses resultados diferiram significativamente dos
demais tratamentos (p<0,05).
Conclusão
As relações MCA/PA desses tratamentos foram de 133,1;
121,6 e 94,0, sugerindo maior poder coagulante em proporções mais elevadas. Os extratos
enzimáticos da fermentação apresentaram potencial coagulante, exibindo alto MCA e
baixo PA.
Área
Processos biotecnológicos para produção de alimentos e bioinsumos
Instituições
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Bahia - Brasil
Autores
EMILIA CARMEM DA SILVA, Izabella de Carvalho Batista Muniz, Richard Tankpinou Ketounou, Thais Santos Moraes Lima, Renata Cristina Ferreira Bonomo