Dados do Trabalho


Título

ESTUDO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DA CASCA DA ACÁCIA NEGRA (Acacia mearnsii): UMA ABORDAGEM METABOLÔMICA

Introdução

A acácia negra se destaca pela sua elevada relevância econômica e social para o Brasil, principalmente para o Estado do Rio Grande do Sul. Da sua casca, podem ser extraídos compostos fenólicos, com destaque para os taninos condensados (proantocianidinas), os quais são de interesse para diversas aplicações, incluindo o setor de alimentos, onde esses antioxidantes naturais podem ser utilizados como aditivos no desenvolvimento de produtos e embalagens. As proantocianidinas da acácia negra possuem grande complexidade, o que está associado aos diferentes flavan-3-óis presentes, ligações interflavanas e também aos diferentes graus de polimerização. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi investigar a natureza das proantocianidinas, bem como os demais compostos fenólicos presentes em um extrato industrial obtido a partir da casca da acácia negra.

Material e Métodos

Para tanto, utilizamos uma abordagem metabolômica baseada em espectrometria de massas de alta resolução. Para realização da anotação dos compostos, foi utilizada interpretação manual seguida pela aplicação de diferentes softwares de bioinformática. No caso da identificação manual, foram considerados parâmetros tais como ordem de eluição na coluna utilizada, características do espectro UV-visível, massa acurada e padrão de fragmentação. Ainda, os resultados obtidos foram comparados com padrões injetados no mesmo equipamento e coluna, além de dados da literatura e da biblioteca Mona.

Resultados e Discussão

. A análise preliminar dos resultados permitiu anotar proantocianidinas com diferentes graus de polimerização, nomeadamente monômeros, dímeros, trímeros e tetrâmeros. Os principais monômeros encontrados foram a (epi)catequina e (epi)galocatequina como monômeros iniciadores e (epi)robinetinidol e fisetinidol como monômeros extensores, indicando a formação de proantocianidinas por meio dessas interações. Através dos softwares, foi possível observar que esses compostos se organizam em famílias de acordo com o seu grau de polimerização. Além disso, outros compostos antioxidantes ainda não relatados para a casca da acácia negra foram anotados, incluindo naringenina, liqueritigenina e quercetina.

Conclusão

Assim, os resultados obtidos até o momento demonstram que a casca de acácia negra possui proantocianidinas caracterizadas por baixo grau de polimerização e outros flavonoides em sua composição fenólica. Os achados relatados indicam a riqueza do extrato avaliado em termos de sua composição fenólica, podendo esses compostos serem usados como aditivos na área de alimentos.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Autores

GIOVANA DOMENEGHINI MERCALI, Carolina Feistauer Gomes, Bruna Poletti, Eliseu Rodrigues