Dados do Trabalho


Título

VALIDAÇÃO DE MÉTODO PARA ANÁLISE DE FENILALANINA EM PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANC)

Introdução

A fenilcetonúria é um erro inato autossômico recessivo do metabolismo do aminoácido fenilalanina. A principal forma de tratamento é a restrição dietética da fenilalanina, associado ao uso de substitutos proteicos e alimentos com baixo teor de proteína como vegetais, tornando a dieta monótona. Considerando a grande biodiversidade do Brasil, estudos que explorem esse potencial, com a indicação de novas opções de alimentos vegetais, como as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), que possam contribuir na diversificação e na suplementação da dieta destes pacientes tornam-se interessante. Neste contexto, objetivou-se validar um método cromatográfico para quantificação de fenilalanina em matriz vegetal, empregando a cromatografia líquida de alta eficiência com detector ultravioleta, para quantificação de fenilalanina.

Material e Métodos

Para validação utilizou-se cromatógrafo líquido nas seguinte condições: volume de injeção 50μL, coluna C18 (3,9mm×150mm, 4μm), temperatura 50oC, fase móvel tampão de acetato de sódio trihidratado (pH 6,60) e acetonitrila, com fluxo de 1mL/minuto e um tempo de execução de 40 minutos, detector ultravioleta a 254nm.

Resultados e Discussão

O método validado apresentou-se seletivo para o aminoácido fenilalanina, com linearidade na faixa de 1-10nmol/mL, não indicando efeito de matriz. As porcentagens de recuperação para os níveis estudados (3, 6 e 9nmol/mL), foram de 103,69%, 102,77% e 102,21% respectivamente. Os desvios padrão relativos para esses mesmos níveis sob condições de repetitibilidade e de precisão intermediária foram de 22,22%; 11,11% e 7,41% e de 33,33%; 16,67% e 11,11% respectivamente. Os limites de detecção e quantificação, foram de 0,0011mg/100g e 0,0035mg/100g respectivamente. Desta forma, o método validado foi utilizado para quantificar o teor de fenilalanina nas seguintes PANC: almeirão-de-árvore, azedinha, bertalha, capuchinha, chuchu-de-vento, jambu, vinagreira. O teor de fenilalanina das amostras foram de: almeirão-de-árvore (97,43mg/100g), azedinha (121,81mg/100g), bertalha (73,97mg/100g), capuchinha 231,56mg/100g), chuchu-de-vento (32,67mg/100g), jambu (153,39mg/100g), vinagreira (121,81mg/100g).

Conclusão

É possível observar que os teores de fenilalaninas das PANC são semelhantes a alguns vegetais convencionais, que normalmente são inseridos na alimentação dos fenilcetonúricos, como a chicória, repolho, alface entre outros. Esses dados podem elevar potencialmente à inclusão desses vegetais a dieta de fenilcetonúricos. A inclusão desses vegetais ao tratamento poderá auxiliar na diversidade alimentar e na ingestão de nutrientes, deixando-o menos monótona e mais palatável.

Área

Alimentos não convencionais: fontes alternativas

Instituições

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Minas Gerais - Brasil

Autores

ELAINE CARVALHO MINIGHIN, Maria de Fátima GOMIDES, Mariem Rodrigues Ribeiro da CUNHA, Lorena Thais Souza DIAS, Karen COSTA, Marinalva Woods PEDROSA, Renata Adriana LABANCA, Raquel Linhares Bello de ARAÚJO