Dados do Trabalho


Título

ESTUDO DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO PARA ANÁLISE DE IMPUREZAS EM CAFÉ TORRADO E MOÍDO

Introdução

Em 2022 foi publicada a portaria nº 570 da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário/MAPA que estabelece o limite de 1,0% de impurezas e matérias estranhas em café. O Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (LACEN-MG), representado pela Fundação Ezequiel Dias, é o responsável pela realização das análises de fiscalização no Estado. A estimativa de incerteza de medição é uma das exigências previstas na NBR ISO 17025:2017 e agrega confiabilidade aos resultados analíticos, porém é incomum nas análises de microscopia devido à falta de uniformidade dos contaminantes nas amostras.

Material e Métodos

A análise de impurezas se baseia no desengorduramento e filtração de 2 g de café torrado e moído. A borra obtida é peneirada em tamis 80 Mesh e pesada em balança analítica. Retira-se uma alíquota de 0,1 g para identificação e separação manual de cascas e paus, com auxílio de um estereomicroscópio. Essas impurezas são quantificadas por determinação gravimétrica. As fontes de incerteza contemplaram os dados obtidos experimentalmente por meio de ensaio de repetibilidade, em que foram realizadas 14 determinações por 02 analistas, e os principais equipamentos utilizados na marcha analítica. Foram elencadas as pesagens do material retido no tamis, da alíquota para separação de impurezas e o resultado do teor.

Resultados e Discussão

Estas fontes seguiram a distribuição normal. Para a balança analítica, utilizou-se o erro máximo admissível para aceitação do certificado de calibração. Para o tamis, considerando que os valores de abertura de malha e diâmetro do fio, estabelecidos na norma ISO 3310/1:2010 superestimam a realidade, optou-se por um levantamento das últimas 05 calibrações de 02 tamises. A partir dos valores máximo e mínimo, obteve-se uma faixa que foi acrescida de 1/3. As fontes advindas dos equipamentos foram consideradas com distribuição retangular. As fontes que mais contribuíram foram o teor de impurezas, com 57% do total da incerteza, e o tamis com os parâmetros diâmetro e a abertura da malha com, respectivamente, 34 e 7%.

Conclusão

Destaca-se que o tamis representa um equipamento crítico na marcha analítica. O cálculo de incerteza expandida relativa determinado para esta análise foi de 14,7% com um valor k= 2,05, em toda sua faixa de medição.

Área

Validação de métodos para análise de alimentos

Instituições

Fundação Ezequiel Dias - Minas Gerais - Brasil

Autores

CRISTIANE LÚCIA GODDARD, Sara Araujo Valladão, Flaviane Cristina Lopes Matosinhos, Juliane Rodrigues Silva, Cláudia Aparecida Oliveira Silva, Liliane Fernandes Santos