Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO INOVADOR BIODEGRADÁVEL ENRIQUECIDO COM NANOESTRUTURA DE ZnO (NSZnO) EM MAMÕES PAPAYAS EM CASAS DE BENEFICIAMENTO DE FRUTAS
Introdução
O Brasil consolidou sua posição no cenário global como um dos principais produtores de frutas, ocupando a terceira colocação e contribuindo com 4,6% da produção mundial. Apesar dessa significativa produção, até 30% das frutas e hortaliças colhidas no país são perdidas, principalmente no pós-colheita devido ao amadurecimento excessivo e à ação de agentes fitopatogênicos. Para mitigar essas perdas, uma tecnologia inovadora foi empregada: um revestimento nanotecnológico e biodegradável que mantém as frutas mais bonitas, frescas e nutritivas por mais tempo.
Material e Métodos
O estudo teve como objetivo aplicar essa tecnologia em condições reais, em casas de beneficiamento de mamão, e avaliar a perda de massa das frutas por dia, mudança de coloração, via análise colorimetrica (LAB), taxa de contaminação e área de lesão causada por fitopatógenos e realizando o teste de Tukey a 5% de significância como análise estatística. Três grupos de mamões, cada um com 10 frutas, foram analisados: controle (sem revestimento), cera de carnaúba (somente cera) e NSZnO (revestimento de goma guar 1,5% m/m com 0,3% m/m de NSZnO).
Resultados e Discussão
Os mamões revestidos com NSZnO apresentaram 40% de contaminação no dia 14, enquanto os tratados com cera de carnaúba e controle apresentaram 80%. A área de lesão nas frutas com NSZnO foi de 21,89 ± 2,75%, comparada a 50,25 ± 37,62% no grupo controle e 35,65 ± 20,98% nas frutas com cera de carnaúba. A perda de massa total foi de 15,60 ± 2,06% no controle, 13,13 ± 3,17% no grupo com cera de carnaúba e 12,85 ± 3,00% nos mamões revestidos com NSZnO, sem diferença significativa no teste de Tukey a 5% de significância no final do dia 16. Os mamões revestidos com NSZnO mantiveram uma coloração amarelada/esverdeada, enquanto o grupo controle e com cera de carnaúba exibiram uma cor amarelada/alaranjada. Esses resultados indicam que o revestimento com NSZnO tem potencial para ser um tratamento pós-colheita eficaz, minimizando a perda de massa, conservando a aparência e reduzindo a contaminação devido as atividades de barreeiras proveniente da matiz polimérica da goma guar e da atividade antifúngica da nanoestrutura de óxido de zinco (NSZnO).
Conclusão
Os mamões revestidos com o revestimento com NSZnO apresentaram uma coloração média tendendo para amarelado/esverdeado, enquanto os mamões do grupo controle e os mamões revestidos com cera de carnaúba tiveram uma de cor amarelada/alaranjada, indicando que a tecnologia proposta tem potencial como tratamento pós-colheita, minimizando perda de massa, conservando a aparência e reduzindo contaminações.
Área
Processos e tecnologias emergentes
Autores
ANDERSEN ESCOBAR SCHLOGL, Edson Romano Nucci, Igor José Boggione Santos