Dados do Trabalho


Título

ÓLEOS ESSENCIAIS NA INIBIÇÃO DE BOTRYTIS CINEREA EM MORANGOS

Introdução

No Brasil, o morango está entre os alimentos com maior percentual de resíduos de agrotóxicos. O pseudofruto, é fortemente afetado pelo mofo cinzento, causado pelo fungo Botrytis cinerea. Na busca por alimentos mais seguros e sustentáveis, métodos fitossanitários alternativos aos sintéticos têm emergido, a exemplo dos óleos essenciais (OEs). Neste sentido, o objetivo do estudo foi avaliar, in vitro, OEs de gengibre (Zingiber officinale), canela (Cinnamomum verum), manjericão (Ocimum basilicum L.), louro (Laurus nobilis), alecrim (Rosmarinus officinalis L) e eucalipto (Eucalyptus), na dose de 20 µL, quanto a capacidade de inibição do crescimento micelial de B. cinerea.

Material e Métodos

Isolados do fitopatógeno foram obtidos de morangos doentes adquiridos no comércio, cultivados em meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA), incubados a 20 °C e fotoperíodo de 12h, por 7 dias. Após, foi conduzido o ensaio de patogenicidade do isolado somada a observação das características morfológicas do fitopatógeno por microscopia. Para avaliação dos tratamentos (OEs), ao centro de placas de Petri contendo BDA, foi adicionado um disco de micélio (5 mm). Nas tampas, foram fixados papéis-filtro (1x1cm) e aplicadas uma dose de cada OE e do controle 20 µL de água destilada. As placas foram vedadas e mantidas nas condições ideias de crescimento fúngico. A cada 24h por 216h, foram medidos os diâmetros opostos dos micélios das colônias das três placas de cada tratamento. Os valores foram submetidos à análise de variância (ANOVA) com p≤ 0,01 seguido de Tukey 1%.

Resultados e Discussão

Na avaliação da porcentagem de inibição de crescimento (PIC) frente ao B. cinerea, os OEs de canela e gengibre mantiveram a PIC de 100% até 216h de avaliação. Em 72h, todos os OEs diferenciaram estatisticamente da testemunha no controle do B. cinerea. Em 120h, apenas o OE de eucalipto não deferiu da testemunha e os OEs de manjericão e alecrim apresentaram PICs maiores que 70,0%. As PIC após 96h do manjericão e do alecrim foram 93,0% e 80,8%, respectivamente. Ainda o OE de alecrim, apresentou PIC=19,8% nas 216h de tratamento. Na próxima fase, a aplicação
dos OEs nos pseudofrutos e avaliações organolépticas serão conduzidas, convergindo numa cadeia produtiva segura e ecologicamente adequada para o morango.

Conclusão

Os OEs estudados convergem na hipótese de serem utilizados no controle do mofo cinzento, promovendo uma cadeia produtiva do morango segura e ecologicamente adequada.

Área

Sustentabilidade na cadeia produtiva de alimentos

Instituições

Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

JEFFERSON PRIGOLLI, LUANA HOFMAM CAVALHEIRO, FABIANA LAZZERINI da FONSECA, ALEXANDER CENCI, BRUNA BENTO DRAWANZ