Dados do Trabalho
Título
Quantificação de quercetina e rutina em conservas ácidas de alcaparras
Introdução
A alcaparra (Capparis spinosa) é uma flor colhida ainda em formato de botão que passa por um processo de cura (salga) para tornar-se palatável. Fora da região de onde é produzida é comum ser encontrada em conservas acidificadas, como é o caso do Brasil. Originária do Mediterrâneo, possui registros de civilizações antigas destacando sua utilidade na medicina, especialmente para doenças reumáticas, como artrose e fibromialgia. Na verdade, sua utilização varia de acordo com cada região, pois apresenta rica composição de fenólicos, o que torna-a interessante sob vários aspectos.
Material e Métodos
O objetivo deste trabalho foi identificar e quantificar compostos fenólicos presentes nas conservas ácidas comerciais de alcaparras de duas marcas comerciais, adquiridas em Barão Geraldo (Campinas). Além de medições do pH em meio aquoso foram elaborados extratos em metanol, os quais foram filtrados em papel qualitativo 80g (Unifil) com metanol 80% frio na proporção de 2/1 solvente/amostra, então concentrados em rotaevaporador (Buchi modelo R-14) até obtenção de 50% do evaporado. A separação dos compostos ocorreu com coluna Shimadzu ODS-A (4,6 mm, 250 mm, 5 μm) em fase reversa e detector de arranjo de fotodiodos (SPD-M10AVp, Shimadzu Co., Kyoto, Japão). Alíquotas de 20 μL das amostras foram injetadas e a corrida foi conduzida a uma taxa de fluxo de 1,0 mL min-1. A coluna foi mantida a 40°C durante a análise. A separação cromatográfica foi realizada usando um gradiente de eluição de (A) 2% de ácido acético em água (v/v) e (B) acetonitrila. Os cromatogramas foram analisados com o software Class-VP®, e foram utilizados padrões Quercetina e Rutina (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, EUA).
Resultados e Discussão
Os extratos apresentaram valores distintos, enquanto a marca A obteve em média 141,69 e 42,99 ug/g respectivamente para a rutina e quercetina, a marca B obteve apenas 37,85 ug/g de rutina, enquanto nenhuma quercetina foi detectada. As marcas estavam numa faixa de pH de 2,5 a 3,0. Sendo assim outros fatores do processamento influenciam esta transformação bioquímica, além disso, a inexistência de padronização do processamento acarreta em variações visto que os compostos possuem participações em processos bioquímicos que podem ser relacionados com benefícios a quem consomem sendo importante sua ingestão.
Conclusão
As marcas estavam numa faixa de pH de 2,5 a 3,0, e os resultados indicam que outros fatores do processamento influenciam esta transformação bioquímica, além disso, a inexistência de um padrão de processamento acarreta em variações nos produtos benéficos à saúde.
Área
Química, bioquímica e físico-química de alimentos
Instituições
Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil
Autores
PAULO VICTOR DONA REZENDE, MARIANA OLIVEIRA SILVA, RUANN JANSER SOARES CASTRO , FLÁVIO LUIS SCHMIDT