Dados do Trabalho


Título

Fraturas expostas: Perfil epidemiológico, tratamento e complicações

Introdução

Definir perfil, tratamento e taxa de complicações de pacientes acometidos por fratura exposta (FE) em hospital terciário em 2020.

Material e Método

Estudo descritivo transversal observacional retrospectivo. A coleta de dados, de pacientes>18 anos com FE em 2020, foi executada por meio de prontuários.

Resultados

Contemplou-se 375 pacientes portando 520 FE. Maioria constituída por homens, brancos, solteiros e que cursou fundamental incompleto. A média foi de 40 anos; 21-30 anos a faixa etária mais acometida; em mulheres 51-60 e homens 21-30 e 31-40. Comerciários e autônomos foram os mais afetados. Maio e abril somaram maior fluxo; bem como, sábados e terças; e horário de admissão, 12-17:59h. Maioria portava 1 FE. Politraumatismos representaram 9,9%. Acidentes de trânsito destacaram-se, especialmente motociclísticos. Falanges de mão, tíbia e fíbula foram predominantes; congruente à topografia: mão, seguida de perna. Membro inferior foi mais acometido; assim como, lado esquerdo. Predominou Gustillo&Anderson 3, dessas, 51,2% 3A. Apresentaram lesão associada, 348 fraturas; mais incidentes foram: miotendínea e nervosa. Predominou o intervalo admissão conduta 2:1-3h, média 4:46h. Não foram ao centro cirúrgico de urgência 13,3%, média 3:28h; para aqueles que foram aumentou para 4:58h. Fixação externa predominou como tratamento inicial e 57,3% necessitaram segunda abordagem. Receberam antibiótico 368 pacientes; 82,9% dentro de 3h e profilaxia antitetânica administrada em 228. Dos pacientes, 98,7% internaram, correspondendo a 15,85% de todas as internações hospitalares, com tempo médio de 10 dias. Demandaram cuidados intensivos, 6,9% da amostra. As taxas de óbito, infecção e amputação tardia em um mês, foram de, respectivamente: 2,1%, 6,5% e 2,8%.

Conclusão

O perfil masculino, jovem adulto, branco, solteiro, fundamental incompleto, comerciário e maioria significativa, vítima de acidente de trânsito, especialmente motociclistas, reitera a importância de medidas públicas preventivas direcionadas, a fim de reduzir sua incidência e gastos onerosos por internações e acompanhamentos ambulatoriais que a reabilitação exige. Ao ser evidenciado dados alarmantes, como excessiva perda de tempo intra-hospitalar, principalmente ao considerar-se as que demandaram centro cirúrgico, a incontestável demanda expressiva dessa emergência ortopédica torna-se importante fonte de dados para pesquisas, reforçando a necessidade de estudos para aprimorar seu manejo.

Palavras Chave

Epidemiologia
Fraturas expostas
Fraturas ósseas
Infecção
Ortopedia

Área

TRAUMA ORTOPÉDICO

Categoria

Estudo Clínico

Autores

MARIA BEATRIZ PINHEIRO LEONEL, DANIEL DE SOUZA CARVALHO, FABIANA OENNING