Congresso Catarinense de Obstetrícia e Ginecologia

Dados do Trabalho


Título

Óbito fetal intraútero em gestante com 39 semanas de gestação

Introdução

Introdução: As infecções maternas podem aumentar a morbimortalidade perinatal caso não sejam diagnosticadas e tratadas a tempo, com graves sequelas para o recém-nascido. O trabalho trata-se de um relato de caso com óbito fetal em gestante com 39 semanas de gestação e pré-natal sem intercorrências.

Material e Método

Métodos: Descrição de relato de caso.

Resultados

Relato de caso: Paciente de 31 anos, G1P0A0, 39 semanas de gestação, sem doenças prévias e sem intercorrências durante o pré-natal. Deu entrada no hospital para realização de cesárea eletiva devido a escoliose congênita e ao realizar o procedimento cirúrgico, é diagnosticado óbito fetal recente intraútero, sem causa aparente. Realizada necropsia do feto e placenta, com anatomopatológico evidenciando placenta com vilosite aguda focal, corioamnionite aguda e parênquima pulmonar fetal com congestão vascular e macrófagos intra-alveolares. Além disso, foi realizado teste rápido de COVID-19 com anticorpos IgG reagente, sem realização de vacina anteriormente e sem quadro sintomático prévio.

Discussão e Conclusões

Discussão: A corioamnionite é a inflamação das membranas placentárias e do líquido amniótico, expondo o feto a um conjunto de citocinas e células inflamatórias, potencializando a chance de consequências adversas no neonato. O diagnóstico clínico pode ser insensível para a infecção aguda ascendente e a análise anatomopatológica é fundamental para correlacionar as lesões placentárias e fetais com o desfecho da corioamnionite. Já a vilosite é a presença de infiltrado inflamatório no estroma da vilosidade placentária. A placenta com vilosite aguda focal associa-se com o aumento do risco de morbimortalidade neonatal, uma vez que é associada à necrose fibrinóide do sinciciotrofoblasto. Embora a maior parte dos casos seja de etiopatogenia desconhecida, pode estar associada à infecção perinatal. Em relação à infecção por SARS-CoV-2 e o comprometimento placentário, estudos relacionam a infecção com alterações do fluxo sanguíneo placentário, com aumento da tendência à trombose e/ou hipóxia placentária, o que pode resultar em óbito fetal intraútero.
Conclusão: A partir da análise das causas descritas pela necropsia para o óbito fetal relatado, percebe-se que todas têm grande impacto na morbimortalidade e podem gerar desfechos trágicos gestacionais. Além disso, a infecção por SARS-CoV-2 pode apresentar fatores de risco para infecção placentária e fetal.

Palavras Chave

Corioamnionite, vilosite, Covid-19

Arquivos

Área

Obstetrícia

Instituições

Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil

Autores

JULIANA ARNAUTS NUNES, CAROLINA YAMAMOTO PEIXOTO, EDUARDA CORRÊA NÉIS, ELOISA REGINA MINUZZI GULARTE, SUNNY BURATO PEDROZO