Congresso Catarinense de Obstetrícia e Ginecologia

Dados do Trabalho


Título

INFLUÊNCIA DA OBESIDADE MATERNA E DO DIABETES MELLITUS GESTACIONAL NOS DESFECHOS PERINATAIS ADVERSOS

Introdução

Fundamentos/Introdução: a obesidade e o Diabetes Mellitus Gestacional – DMG são morbidades frequentes na gestação e por vezes associadas, aumentando os riscos materno-fetais. Para a redução efetiva desses riscos, direcionada à população-alvo, é primordial a identificação da influência de cada uma dessas condições nos eventos perinatais adversos.

Objetivos: avaliar a influência da obesidade pré-gestacional e do DMG nos desfechos perinatais desfavoráveis.

Material e Método

Delineamento/Métodos: estudo analítico, observacional e transversal, com puérperas que tiveram seu parto em uma maternidade pública de Santa Catarina - Brasil, entre agosto e dezembro de 2020. Foram incluídas pacientes maiores de 18 anos, com gestação de feto único, que realizaram pré-natal na rede pública e sem histórico de Diabetes Mellitus. A partir do índice de massa corpórea - IMC (da primeira consulta de pré-natal) e do rastreio de DMG (conforme a Organização Pan-Americana de Saúde), estratificou-se a amostra em quatro grupos: não obesas (IMC <30kg/m2) sem DMG (grupo referência), não obesas com DMG, obesas (IMC ≥30kg/m2) sem DMG e obesas com DMG. Os desfechos avaliados foram: pré-eclâmpsia, cesárea, recém-nascido (RN) grande para a idade gestacional (GIG) e admissão do RN em unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal. A análise se deu pelo cálculo da razão de chances (Odds Ratio), ajustado para os fatores de confusão, com intervalo de confiança (IC) de 95% e significância estatística quando p <0.05.

Resultados

Resultados: das 1618 puérperas avaliadas, observou-se que as pacientes obesas sem DMG (233/14.40%) tiveram maior risco de pré-eclâmpsia (OR=2.16, IC:1.364-3.426 e p=0.001), as não obesas com DMG (190/11.74%) tiveram maior risco de cesárea (OR=1.736, IC:1.136-2.652 e p=0.011) e admissão do RN em UTI neonatal (OR=2.32, IC:1.265-4.261 e p=0.007), e as obesas com DMG (121/7.48%) apresentaram risco elevado de pré-eclâmpsia (OR=1.93, IC:1.074-3.484 e p=0.028), cesárea (OR=1.925, IC:1.124-3.298 e p=0.017) e RN GIG (OR=1.81, IC:1.027-3.204 e p=0.040), em comparação com gestantes não obesas e sem DMG (1074/66.38%).

Discussão e Conclusões

Conclusões/Considerações Finais: a obesidade materna isolada aumenta o risco de pré-eclâmpsia, enquanto o DMG isolado aumenta o risco de cesárea e admissão do RN em UTI neonatal. A associação dessas morbidades amplia esses riscos, favorecendo a ocorrência de pré-eclâmpsia, cesárea e RN GIG.

Palavras Chave

Descritores: obesidade; diabetes mellitus gestacional; desfechos perinatais adversos; pré-eclâmpsia; cesárea.

Arquivos

Área

Obstetrícia

Instituições

Maternidade Darcy Vargas - Santa Catarina - Brasil, Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE - Santa Catarina - Brasil

Autores

LEONARDO SOUZA DE CARVALHO, ANTONIA APARECIDA DELUCA DE OLIVEIRA, TASSIANA CRISTINA MARTINS GRABOVSKI, CARLA CHRISTINA RENZO, JEAN CARL SILVA