Dados do Trabalho
Título
Manifestação clínica de Endocardite Infecciosa com abscesso esplênico e paravertebral: um relato de caso.
Introdução/Fundamentos
A Endocardite Infecciosa (EI) é uma doença grave causada pela invasão de microorganismos no tecido endocárdico ou em material protético do coração. O diagnóstico é desafiador devido à apresentação clínica variável, devendo ser considerado em pacientes com sepse ou febre de origem desconhecida. As manifestações clínicas mais frequentes incluem febre, sopro cardíaco, insuficiência cardíaca congestiva e complicações embólicas. O diagnóstico é estabelecido pelos critérios modificados de Duke, que envolvem achados clínicos, microbiológicos e de imagem. O tratamento efetivo exige a erradicação do microorganismo com antimicrobianos e, em alguns casos, cirurgia para remoção do material infectado.
Objetivos
Evidenciar a importância de investigação de EI em pacientes com história de abscessos e complicações embólicas na ausência de sintomas sistêmicos evidentes.
Descrição do Caso
Homem, 68 anos, admitido em um hospital terciário de Pernambuco com quadro de lombalgia com irradiação para membros inferiores e parestesia após esforço físico, sem relato de trauma, sem relato de febre ou demais sinais sistêmicos. Exame físico admissional sem alterações. Realizada Ressonância Magnética com evidência de coleções líquidas em região de musculatura paravertebral posterior direita ao nível de L5 e S1 e na musculatura piriforme a direita, sugestiva de abscesso. Realizada Tomografia de Abdome com achados sugestivos de artrite séptica e grande hematoma em baço. Optado por tratamento conservador com antibioticoterapia e realizada esplenectomia, com anatomopatológico com achado de abscesso esplênico, porém com culturas da peça e do sangue negativas. Em enfermaria de clínica médica, realizado Ecocardiograma Transesofágico com evidência de imagem filamentar móvel aderida à face atrial da base do segmento P1 medindo cerca de 8 mm de comprimento associada a imagem de solução de continuidade neste seguimento valvar sugestiva de perfuração, característico de Endocardite. Após achado, modificado antibioticoterapia para ceftriaxona e vancomicina. Em reavaliação, observado alterações em elementos dentários 18 e 48, realizada exodontia. Paciente com melhora clínica e encaminhado a serviço referência de cirurgia cardíaca para avaliação de acometimento valvar.
Conclusões/Considerações Finais
A EI é um diagnóstico difícil devido à sua apresentação clínica variável. Portanto, é crucial manter alta suspeição em pacientes com complicações embólicas para identificar e tratar precocemente, o que pode alterar significativamente o curso da doença.
Área
Tema Livre
Instituições
Hospital da Restauração - Pernambuco - Brasil
Autores
KARINE ESPINOLA CARDINS GOMES, MARIANNE Valença Andrade Borba Araujo, Sandryanne Maria Rodrigues Patriota, Yanne Gonçalves Fernandes Costa, Francisco Victor Costa Bandeira Farias