Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

ENTERITE LÚPICA: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A enterite lúpica compõe uma vasculite ou inflamação da parede intestinal, configurando uma complicação rara porém potencialmente grave do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). A queixa principal nestes pacientes costuma ser dor abdominal podendo vir associada a ascite em até 70% dos casos. As complicações envolvem inclusive abdome agudo.

Objetivos

Descrever a evolução e diagnóstico de uma paciente com enterite lúpica.

Descrição do Caso

paciente feminino, 21 anos, previamente hígida, com história de dor abdominal difusa, associada a distensão e alteração do hábito intestinal –alternando entre períodos de constipação e de diarreia – há cerca de três meses da admissão hospitalar houve piora progressiva e os sintomas recorriam após controle sintomático em contexto de pronto-atendimento. Negava lesões cutâneas, artralgias ou demais queixas. Em seus exames admissionais havia anemia de padrão normocítica/normocrômica (HB: 9,4) e hipoalbuminemia (2,1), com leucometria, plaquetas, PCR e função renal normais. Realizou tomografia de abdome contrastada a qual mostrou ascite moderada, além de edema e espessamento parietal de alças colônicas e de delgado, sugerindo enterocolite, porém com endoscopia digestiva alta e colonoscopia sem alterações macroscópicas significativas. Nesse contexto, realizada paracentese diagnóstica guiada por ultrassonografia, com estudo do líquido ascítico apresentando GASA < 1,1 (0,8), com prevalência de mononucleares (90%) e ADA baixo (7,9). Durante internamento, paciente evoluiu com persistência da distensão abdominal, bom controle álgico mediante analgesia fixa, sem sinais de peritonite, e com surgimento de rash malar. Nesse cenário, solicitados novos exames laboratoriais que apontaram complementos consumidos (C3 28,0 e C4 < 6,0), FAN e anti-DNA reagentes, fechando critérios diagnósticos para LES, com enterite lúpica associada. Iniciado tratamento com hidroxicloroquina 400mg/dia e corticoterapia com prednisona (40mg).

Conclusões/Considerações Finais

A enterite lúpica é uma entidade clínica rara, porém com alto potencial de mortalidade. Sua apresentação clínica é ampla e tem a dor abdominal como pilar na maioria dos casos –queixa bastante comum e inespecífica, dificultando o diagnóstico. Apesar disso, por seu
alto potencial de gravidade, requer diagnóstico e intervenção precoces, a fim de melhores desfechos clínicos.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital Mestre Vitalino - Pernambuco - Brasil, Núcleo de Ciências da Vida-Universidade Federal de Pernambuco-Campus Acadêmico do Agreste - Pernambuco - Brasil, Universidade de Pernambuco-Campus Garanhuns - Pernambuco - Brasil

Autores

MAX VICTOR ARRUDA ALVES, HÉRCULES MELO DIOGENES, VITÓRIA ELLEN DE ASSIS RAMOS ANDRADE, CARLOS JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS JÚNIOR, LETÍCIA MARIA SILVA SOARES