Dados do Trabalho

Título

Desafios no manejo de Síndrome Poliglandular Autoimune: relato de caso de uma paciente com diabetes tipo 1, hipotireoidismo e hepatite autoimune

Introdução/Fundamentos

As síndromes poliglandulares autoimunes (SPA) são definidas pela presença simultânea de duas ou mais doenças endócrinas de origem autoimune, com a possibilidade de associações com outras doenças autoimunes não endócrinas. Elas são classificadas em quatro subtipos: tipo I, II, III e IV. O caso apresentado se refere a uma paciente com Diabetes Mellitus do tipo 1, hipotireoidismo e hepatite autoimune, configurando um quadro de SPA tipo III.

Objetivos

Relatar um caso de síndrome poliglandular autoimune do tipo III, com descrição de seu manejo clínico e desafios associados ao tratamento, destacando a importância da abordagem multidisciplinar para otimização do tratamento e prevenção de complicações.

Descrição do Caso

Paciente do sexo feminino, 31 anos, com diagnóstico de DM1 desde os 7 anos de idade, subsequentemente com achados de hipotireoidismo e hepatite autoimune, enquadrando-se no subtipo III das doenças poliglandulares autoimunes. Tem anos de diagnóstico, e, em paralelo, anos de uma trajetória de hospitalizações e necessidade de intervenções, até mesmo para compensação de efeitos adversos de medicações de uso contínuo para controle das doenças de base. Ainda na quarta década de vida, apresenta doença renal crônica em provável lesão de órgão alvo da hiperglicemia, o que poderá repercutir negativamente até mesmo no manejo das outras comorbidades. Atualmente, a paciente tem acesso a acompanhamento multidisciplinar, com acompanhamento regular de equipes de Clínica Médica, Endocrinologia e Hepatologia, mas com restrições suficientes para limitar a capacidade laboral e piorar a qualidade de vida. Este caso ilustra a complexidade do manejo clínico de pacientes SPA tipo III, chamando atenção à necessidade de abordagem longitudinal integrada, centrada no paciente, com monitoramento contínuo para permitir adequado tratamento com vigilância e prevenção de complicações.

Conclusões/Considerações Finais

As SPA trazem desafios significativos no manejo clínico devido à coexistência de múltiplas condições autoimunes. A monitorização rigorosa e a colaboração estreita entre profissionais de diferentes áreas da saúde são essenciais para minimizar desfechos negativos na história evolutiva das doenças.