Dados do Trabalho
Título
Tratamento não medicamentoso da doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica (MASLD) - Um relato de caso
Introdução/Fundamentos
A doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica (MASLD) é a principal causa de doença hepática crônica e a terceira causa de transplante hepático nos EUA. Ocorre em 15% dos indivíduos com peso normal e em 80% dos obesos, sendo mais frequente em homens. Está associada a um risco elevado de eventos cardiovasculares, insuficiência hepática e carcinoma hepatocelular. Sem farmacoterapia recomendada para estágios avançados, o aconselhamento nutricional e mudanças no estilo de vida são fundamentais.
Objetivos
Evidenciar a eficácia das medidas não farmacológicas no tratamento de pacientes com MASLD.
Descrição do Caso
Homem de 60 anos, natural de Garanhuns, foi encaminhado ao hepatologista após o cirurgião identificar esteatose hepática acentuada durante colecistectomia. Ele apresentava sobrepeso, negava uso de medicações, tabagismo e histórico familiar de doenças hepáticas. Relatava consumo de uma taça de vinho (16g de álcool) a cada 15 dias. Exames laboratoriais iniciais (13/10/2021-29/10/2021) revelaram elevação de transaminases (TGO:102; TGP:450), colesterol (total:222,73; LDL:166,94; HDL:32,81) e enzimas canaliculares (GGT:182; FA:72). A elastografia hepática (14/07/2022) indicou doença hepática crônica avançada compensada (rigidez hepática:1.97 m/s; 11.64 kPa). Demais exames estavam normais, e sorologias para esquistossomose e hepatites B e C foram negativas. O paciente foi encaminhado ao nutricionista, orientado a seguir dieta do Mediterrâneo pobre em carboidratos e a praticar atividade física regular, com exercícios aeróbicos três vezes por semana e musculação cinco vezes por semana. Não houve prescrição de medicamentos como pioglitazona ou vitamina E. Após essas medidas, os exames laboratoriais mostraram melhora progressiva dos parâmetros, com redução das transaminases (TGO:22; TGP:23), colesterol (total:219; LDL:146; HDL:54) e enzimas canaliculares (GGT:25; FA:64) em abril de 2024. A última elastografia hepática (09/05/2024) mostrou redução significativa na rigidez hepática (1,57 m/s; 7,42 kPa). Após 6 meses, houve perda de 7,3% do peso total.
Conclusões/Considerações Finais
Este caso ilustra a eficácia das intervenções não farmacológicas no manejo de MASLD. A adoção de uma dieta balanceada e um regime regular de exercícios resultou em melhora significativa dos parâmetros laboratoriais e redução da rigidez hepática. A ausência de
medicamentos como pioglitazona ou vitamina E reforça o papel crucial das mudanças no estilo de vida para o tratamento de MASLD.
Área
Tema Livre
Instituições
Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil
Autores
NATHAN CAMPOS DOS SANTOS, Gabriela Azevedo Foinquinos, Mayara Barreto de Farias, Lívia Lucena Nunes, Vitor Soares Ribeiro