Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

INFARTO ESPLÊNICO ACESSÓRIO IDIOPÁTICO: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A presença de baços acessórios em exames de imagem é comum e têm pouco significado clínico. Estes são variações anatômicas congênitas vistas principalmente em crianças e adultos jovens e localizam-se na maioria das vezes no hilo esplênico. O infarto esplênico acessório é uma entidade rara, com apenas pouco mais de 30 casos descritos na literatura e, tem como principal causa a torção do pedículo vascular, resultando em redução do fluxo sanguíneo. São predominantemente assintomáticos, mas podem provocar dor abdominal súbita e vômitos. A combinação de imagens pode melhorar a detecção desta condição. Opta-se por laparotomia, no geral, em casos de infarto sintomático ou associado a complicações locais. A terapia conservadora também tem seu espaço, uma vez que, em se alcançado controle álgico, a história natural é a atrofia do baço acessório.

Objetivos

Relatar um caso de infarto de baço acessório em um jovem adulto previamente hígido.

Descrição do Caso

Homem, 29 anos, com relato de dor ventilatório-dependente em hipocôndrio esquerdo de início há 6 dias. Negava trauma, exercício ou outro fator precipitante. Feito tomografia computadorizada de abdome total de início sem contraste e após com contraste revelando densificação da gordura circunjacente a imagem nodular em região subfrênica esquerda, que media cerca de 1,2 cm, inespecífica, porém com possibilidade de infarto de baço acessório, existindo ainda outro baço acessório de 1,8 cm. Achado confirmado em ressonância magnética. Inicialmente, feito anticoagulação plena e solicitado avaliação para estado inflamatório, hipercoagulabilidade e de risco cardiovascular, todos sem alterações. Em paralelo, avaliado pela cirurgia geral que, diante de paciente com dor controlada com analgesia simples e sem infecção associada, optou por conduta expectante. Após revisão de literatura e resultados de exames, foi suspensa a anticoagulação. Recebeu alta em boas condições clínicas, com orientação de acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

Infarto de baço acessório ainda é um diagnóstico desafiador, seja pela dificuldade de exames de imagem (mesmo contrastados), seja pela clínica com sintomas inespecíficos. E isso reforça exatamente o principal papel do clínico: o diálogo com as diferentes especialidades. Afinal, o médico internista é sempre movido pelo desconforto do atípico, que lhe motiva a revisitar história, rediscutir, reestudar.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital Esperança Recife - Pernambuco - Brasil

Autores

BEATRIZ CAVALCANTI REGIS, JÓZIMO ALVES FEITOSA NETO, MARCELO FREIRE MONTEIRO DE ARAÚJO, DANIELA DE ALENCAR MENEZES, MIRIAM BARRETO BAIÉ