Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Síndrome do anticorpo antifosfolípide catastrófica: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAAF) é uma doença sistêmica autoimune caracterizada por níveis elevados de anticorpo antifosfolipídeo e persistentemente positivos, trombose arterial/venosa e morbidade gestacional. A SAAF catastrófica é uma variante rara, definida pela ocorrência rápida de tromboses múltiplas em pequenos vasos, levando à falência de múltiplos órgãos.

Objetivos

Relatar um caso raro de SAAF catastrófica com rápida evolução de doença arterial obstrutiva periférica e amputação de membros inferiores.

Descrição do Caso

Paciente do sexo feminino, 33 anos, hipertensa, diabética, com histórico de morbidades gestacionais e com úlceras em membros inferiores há 3 anos, evoluiu com dor intensa no membro inferior esquerdo (MIE) e sinais de isquemia crítica. Foi realizada ultrassonografia Doppler venoso que indicou trombos nas artérias poplíteas e tibiais. A paciente foi submetida a tromboembolectomia de múltiplas artérias do MIE e evoluiu com dor refratária, má perfusão, ausência de pulsos e amputação do MIE ao nível da coxa 3 dias após o procedimento. Posteriormente, desenvolveu necrose e infecção no coto de amputação e dedos do membro inferior direito, com necessidade de antibioticoterapia e drenagem de abscesso, amputação a nível de coxa direita e desbridamentos cirúrgicos. Diante do quadro, iniciou-se investigação de trombofilias e SAAF catastrófica devido aos múltiplos eventos trombóticos e histórico de morbidades gestacionais, com exames laboratoriais em investigação (como anticardiolipina e anti-B2 glicoproteína). Após retirar a anticoagulação para cirurgia, a paciente apresentou sintomas neurológicos, com ressonância de crânio sugerindo evento cardioembólico. Foi iniciada a profilaxia secundária e a investigação de tromboembolismo cardíaco sugeriu episódio prévio. Em virtude de SAAF catastrófica, foi optado por fazer pulsoterapia com metilprednisolona seguida de prednisona. Paciente seguiu estável clínica e hemodinamicamente, sem sinais de infecção nos cotos de amputação e recebeu alta com analgesia multimodal, anticoagulação com varfarina, prednisona, profilaxias primárias e programação de reabilitação física.

Conclusões/Considerações Finais

A SAAF catastrófica é uma emergência médica que requer manejo multidisciplinar rápido, seu diagnóstico e tratamento precoces são imprescindíveis devido a possíveis efeitos irreversíveis e fatais da doença. Sua complexidade exige cuidados contínuos para prevenir recorrências e tratar complicações.

Área

Tema Livre

Instituições

Faculdade de Medicina de Olinda - Pernambuco - Brasil, Hospital Getúlio Vargas - Pernambuco - Brasil, Universidade Católica de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

GIOVANA TEIXEIRA MARTINS CAVALCANTI, Camila Amorim de Araújo, José Kaellyson Barbosa dos Santos Oliveira, Ana Letícia de Souza Aquino, Maria Clara Silva Rocha