Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO BOLHOSO: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O lúpus eritematoso sistêmico bolhoso (LESB) é uma forma rara de lúpus eritematoso sistêmico (LES). Embora 76% dos pacientes com LES apresentem lesões cutâneas, menos de 5% desenvolvem lesões bolhosas. O LESB se manifesta com erupções cutâneas vésico-bolhosas em áreas expostas ao sol, principalmente no tronco, e pode afetar mucosas, levando a hiperpigmentação, cicatrizes e prurido.

Objetivos

Relatar o caso de uma forma rara de lúpus eritematoso sistêmico, com abertura do sintomas com lesões cutâneas vésico-bolhosas, associada anemia hemolítica e nefrite lúpica.

Descrição do Caso

Paciente de 20 anos, sexo feminino, sem comorbidades prévias, apresentou lesões bolhosas difusas no corpo, principalmente em áreas expostas ao sol, há 10 dias, acompanhadas de dor e prurido após rompimento das bolhas. Durante a internação, foram identificadas alterações na função renal e anemia hemolítica com Coombs positivo, direcionando a investigação para lúpus.
A paciente pontuou 24 pontos pelos critérios EULAR/ACR 2019: FAN positivo (1/1280), febre (2 pontos), úlceras orais (2 pontos), anemia hemolítica (4 pontos), proteinúria >0,5g/24h (4 pontos), anticorpos anti-cardiolipina IgG e IgM positivos (2 pontos), complementos C3 e C4 consumidos (4 pontos) e anticorpos anti-DNA positivos (6 pontos).
Após avaliação dermatológica levantou-se a hipótese de pênfigo vulgar ou LESB. A biópsia de pele revelou clivagem suprabasal da epiderme, confirmando LESB. A proteinúria de 1,1g/24h e a injúria renal aguda sugeriram nefrite lúpica, confirmada por biópsia renal e imunofluorescência com padrão "full house".
Foi iniciado tratamento com pulsoterapia de metilprednisolona (500mg por 3 dias) e paciente evoluiu melhora das lesões cutâneas e da função renal, além de estabilização da anemia. Recebeu alta hospitalar com prednisona e hidroxicloroquina e iniciou tratamento com micofenolato sob acompanhamento reumatológico. Desde então, não houve novas internações e a doença está controlada.

Conclusões/Considerações Finais

Este caso destaca a importância da identificação precoce e manejo adequado de formas raras de LES, como o LESB. Uma abordagem multidisciplinar é essencial para tratar complicações associadas, como a nefrite lúpica. O acompanhamento contínuo e a monitoração da resposta ao tratamento são cruciais para o controle a longo prazo da doença e a prevenção de recorrências.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital Alfa - Pernambuco - Brasil

Autores

NICOLE BRANDAO BARBOSA DE OLIVEIRA, RAFAELA MARIA FALCÃO BASÍLIO, LIA SCHMITT AGUIAR, CATARINA FRANÇA BANDEIRA, ANA CAROLINA GUIMARÃES MELO ALBERT