Dados do Trabalho
Título
Fatores ambientais que levam à baixa incidência de Febre Oropouche no estado de Pernambuco em comparação com o estado do Amazonas, no contexto do alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde em 2024: estudo epidemiológico
Fundamentação/Introdução
Febre de Oropouche (FO) é uma arbovirose endêmica da região amazônica, mas que pode, esporadicamente, acometer outras regiões, inclusive com pior prognóstico.
Objetivos
O intuito do estudo é, confrontar dados epidemiológicos entre os estados de Pernambuco e do Amazonas, relacionando os fatores ambientais que levam a primeira a ter menos casos confirmados de FO do que a segunda, em meio a preocupação de órgãos internacionais, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com a escalada dos casos de oropouche nas Américas em 2024.
Delineamento e Métodos
O presente estudo é um análise epidemiológica observacional ecológica, que elencou e sintetizou informações quantitativas provenientes de bases eletrônicas de dados das Secretarias Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) e do Amazonas.
Resultados
FO é uma doença febril aguda que tem como agente etiológico, o arbovírus de RNA Orthobunyavirus oropoucheense, sendo transmitido, principalmente, durante hematofagia da fêmea do mosquito Culicoides paraensis, embora haja evidência que outros mosquitos hematófagos dos gêneros Aedes e Culex, também possam ser vetor viral. É endêmica da região amazônica, mas pode ser encontrada na iminência de casos mais graves em outras localidades do país e em outros países sul-americanos. Em fevereiro de 2024, a OPAS emitiu sinal de alerta para a elevação de FO nas Américas, uma vez que a infecção pode complicar em meningite e em meningoencefalite. Nesse contexto, a SES-PE notificou os primeiros casos da arbovirose em maio do ano corrente, um total de dois casos, enquanto que o estado do Amazonas, notificou 7.191 casos entre janeiro e fevereiro de 2024. A incidência em Pernambuco é baixa, cerca de 0,02% do total de casos do Amazonas, e isso se deve, sobretudo, aos fatores ambientais centrados no mosquito vetor. O mosquito Culicoides é o principal vetor da doença, mas não o único. Considerações feitas pela SES-PE, sugerem que, na verdade, o principal vetor no estado é o mosquito Culex quinquefasciatus, que tem preferência por oviposição em água parada e suja, enquanto que os ovos de Culicoides, não são resistentes ao ressecamento, e necessitam de um substrato úmido, como: esterco animal e frutas em decomposição, comuns na amazônia.
Conclusões/Considerações finais
A epidemiologia de FO é baixa em Pernambuco em relação ao Amazonas, e isso se deve, sobretudo, por fatores ambientais centrados na diferença de mosquito vetor e na preferência por oviposição nas duas regiões.
Área
Tema Livre
Instituições
AFYA Faculdade de Ciências Médicas de Jaboatão dos Guararapes - Pernambuco - Brasil
Autores
ANDRÉ LUIZ DE SOUSA FARIAS, EDIVÂNIA MARIA DE LIMA TORRES, LETÍCIA DE MELO FRANÇA AMÂNCIO, RODOLPHO COSTA DOS SANTOS GÉRARD HENRI POUSSIELGUE, FIAMMA ARÍCIA DA SILVA CERQUEIRA