Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico dos casos de Tuberculose em Pernambuco ao longo de 10 anos

Fundamentação/Introdução

Considerada a “Peste Branca” no século XIX, a tuberculose persiste no cenário mundial e em Pernambuco, apesar do amplo acesso ao tratamento desde o século passado, denotando dificuldades no manejo da doença.

Objetivos

Definir o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose em Pernambuco ao longo de 10 anos.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico com dados obtidos a partir do DATASUS incluindo casos de tuberculose notificados nas quatro macrorregiões do Estado nos últimos 10 anos. Elegeu-se o período de 2013 a 2023 como o considerado. Colheu-se o número de casos, a escolaridade dos indivíduos, etnia, faixa etária, sexo e o tipo de entrada na assistência à saúde. Organizou-se os dados em planilhas no Excel e foram realizadas médias simples para identificar a prevalência de cada situação.

Resultados

Ao longo de todo o período foram contabilizados 65.977 casos. A região metropolitana apresentou o maior percentil de casos (83%), depois vem o Agreste (10%), seguido pelo Vale do São Francisco e Araripe (4%) e o Sertão (3%). Em todas as macrorregiões, predominou a baixa escolaridade entre os indivíduos que responderam sobre a escolaridade, a maioria não chegando a cursar nem mesmo o Ensino Fundamental II por completo (60%). A maior taxa de analfabetismo para o total de casos em cada macrorregião deu-se no Vale de São Francisco e Araripe (9,7%), enquanto a menor, na região Metropolitana (4,1%). Em todo o Estado, a etnia parda foi a mais presente (60%), seguidos de brancos (16,7%) e pretos (10,3%). Homens (70,3%) foram mais acometidos que mulheres. A faixa etária mais prevalente foi a entre 20 a 29 anos de idade, (25%), seguidos por a de 30 a 39 anos (21%). Os casos novos foram maioria (76%), os reingressos após abandono do tratamento aparecem em segundo lugar (9,6%), enquanto as recidivas foram as menos prevalentes (7,8%). O maior número de casos, recidivas e reingressos se concentrou na região metropolitana.

Conclusões/Considerações finais

O perfil epidemiológico é de indivíduos diagnosticados pela primeira vez, homens, com idade entre 20 a 29 anos, pardos, sem o ensino fundamental II completo, corroborando a prevalência da doença no país em populações mais vulneráveis.A região metropolitana apresenta o maior número de casos em todos os aspectos, justificando-se por ser a mais populosa. Estudos podem ser realizados para melhor conduzir o cenário da doença no Estado.

Palavras-chave: Tuberculose, Pernambuco, Macrorregiões, Perfil epidemiológico.