Dados do Trabalho
Título
HEPATITE AUTOIMUNE SORONEGATIVA UM DIAGNOSTICO DIFERENCIAL EM PACIENTE ETILISTA
Introdução
INTRODUÇÃO:
A hepatite autoimune(HAI) é uma condição inflamatória crônica com amplo espectro clínico, que ocorre por autorreatividade das Células T CD4 e CD8, a partir de um gatilho ambiental, em indivíduos geneticamente predispostos. Apresenta prevalência variável entre as populações, predominando no sexo feminino. Não possui característica diagnóstica de assinatura, necessitando, para a confirmação, de uma constelação de características típicas. Em geral, existe a presença de autoanticorpos circulantes, além de hipergamaglobulinemia, contudo não está clara a correlação desse fato com a patogênese.
Objetivos
OBJETIVO: Relatar o caso de hepatite imune em paciente etilista, realizando diagnóstico diferencial.
Descrição do Caso
RELATO DE CASO: R.C.S., 37 anos, previamente hipertensa, etilista dose > 35 g/ semanal e tabagista (x maços/ano) admitida por quadro de dor em hipocôndrio direito e icterícia de início há uma semana. Exames admissionais evidenciaram aumento expressivo de bilirrubina BT-11,72 às custas de direta,transaminases (TGO-1087, TGP-1017), canaliculares e aumento de INR 1,6. Durante investigação excluído hepatites virais agudas (por vírus A, B, C, citomegalovirus, Epstein baar). Ultrassonografia abdominal com doppler com achado de hepatopatia crônica, prosseguido com elastografia que mostrou fibrose hepática grau 4 pela classificação METAVIR. Diante de piora progressiva em hiperbilirrubinemia e persistência de lesão hepatocelular, sem causa identificada já que padrão laboratorial não compatível com hepatite alcoólica, principal diagnóstico até o momento, optado por ampliar diagnóstico e dosagem de IgG total (1770), FAN e antimusculo liso (não reagentes) e iniciado uso de prednisona 60 mg por dia com melhora clínica e laboratorial. Realizou biópsia hepática e histopatológico revelou presença de fribrose porto-portal e porto-central, área de colapso com fibrose e reação ductular, com moderado infiltrado inflamatório portal e septal com atividade de interface, de predomínio linfocitário, com ocasionais eosinofilos e raros neutrófilos. Sugestivo de AIH. Iniciado manejo com azatioprina.
Conclusões e Considerações Finais
CONCLUSÃO: A HAI carece de um marcador diagnóstico de assinatura, necessitando de características típicas e da exclusão de outras doenças que possam se assemelhar. Cerca de 20% dos casos perfazem o grupo das hepatite autoimunes soronegativas, fortalecendo a análise histológica como ferramenta sine qua non para o diagnóstico, conforme relatado no caso da paciente.
Área
Tema Livre
Instituições
HOSPITAL MIGUEL ARRAES - Pernambuco - Brasil
Autores
Fernanda Cunha, Pricila Silva, Raissa Osias, Pedro Vieira, Filipe Oliveira