Dados do Trabalho


Título

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HANSENÍASE DA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE NO PERÍODO DE 2011 A 2021

Fundamentação/ Introdução

Enfermidade crônica e transmissível, a hanseníase é um problema de saúde pública no Brasil(BR) há muitos anos. De acordo com a meta da Organização Mundial da Saúde(OMS), deveria ter sido erradicada no ano 2000. Entretanto, ainda se manteve presente com 155.359 casos novos no BR entre os anos de 2016 e 2020. Assim, esse estudo torna-se importante para avaliar os dados epidemiológicos, os quais podem auxiliar nos programas de controle da doença.

Objetivo

Descrever a evolução da hanseníase na região metropolitana de Recife(RMR), Estado de Pernambuco(PE).

Delineamento e Métodos

Estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo e quantitativo cujos dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)(http://www.datasus.gov.br). O estudo incluiu faixa etária ≥15 anos, identificadas e registradas no período de jan/2011 a dez/2021, sem distinção de raça/cor. Os dados pertencem a RMR(PE) e foram analisados pelo software Microsoft Excel Office. Por serem dados de acesso público, o presente artigo não demandou submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa e pode estar sujeito a vieses de coleta dos dados. Os dados populacionais foram baseados nos valores censitários(2021 e 2010) da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)(https://www.ibge.gov.br).

Resultados

A média de incidência de casos(100mil/hab) na RMR foi de 67 a 47 (2011-15), 37 (2016), 53 a 57 (2017-19), 35 a 31(2020-21). A porcentagem de cura na RMR variou entre 79-75%(2011-16), reduzindo em 2017 até chegar com 35%(2020) e 3%(2021). Já as taxas de abandono se mantiveram altas nos anos de 2017 a 2019 variando de 11% a 15%, entretanto no ano de 2021 houve um decréscimo para 1,8% com o aumento de quase 200% de dados não preenchidos. Ademais, a média da porcentagem de casos de uma única lesão nesses 11 anos foi de 30%, de 2 a 5 lesões foi de 27% e de >5 lesões foi de 26%, apresentando porcentagens semelhantes.

Conclusões/ Considerações Finais

Segundo a OMS, a forma multibacilar(MB) contém mais de 5 lesões cutâneas e se não for tratada, pode transmitir por vias respiratórias superiores para outras pessoas. Assim, ter uma porcentagem alta de MB é preocupante, já que não seria cessado o ciclo de transmissão, além de ser a forma que tem 9 vezes mais chance de ter incapacidade física. O decréscimo de cura e de abandono em 2020 e 2021 pode estar refletindo a sobrecarga do sistema de saúde devido à pandemia. Por fim, é necessária maior vigilância epidemiológica permanente para servir de subsídio para os programas de controle da doença.

Palavras-Chave

hanseníase, epidemiologia, evolução, infectocontagiosa

Área

Tema Livre

Autores

Letícia Pinto Andrigheto, Walquiria da Silva Pedra Parreira