Dados do Trabalho


Título

Leucemia mieloide crônica em paciente jovem com rápida resposta terapêutica: relato de caso

Introdução

A leucemia mieloide crônica (LMC) é um distúrbio clonal das células-tronco hematopoiéticas, correspondendo a 15% dos casos de leucemia. A incidência é de 1,5 casos a cada 100.000 indivíduos, sendo mais comum em homens, com idade mediana dos 55 aos 65 anos. Os pacientes podem ser assintomáticos ou apresentarem sintomas inespecíficos. Clinicamente, a esplenomegalia está presente em 70% dos pacientes, enquanto apenas 5% apresenta hepatomegalia. O tratamento de primeira linha é com inibidor da tirosina-quinase (TKI). A resposta clínica é esperada após três meses de quimioterapia e a obtenção de uma resposta citogenética completa tornou-se o principal parâmetro de avaliação terapêutica.

Objetivos

Relatar um caso de leucemia mieloide crônica em paciente jovem, do sexo masculino, com rápida resposta clínica ao tratamento quimioterápico.

Descrição do Caso

Paciente, 39 anos, sexo masculino, tabagista, sem outras comorbidades, admitido em enfermaria de Clínica Médica com relato de aumento do volume abdominal há 1 mês, associado a dor em hipocôndrio esquerdo, astenia, saciedade precoce. Em exame físico admissional, apresentava hepatoesplenomegalia. Realizado USG e posteriormente tomografia de abdome que evidenciou baço em fossa ilíaca, com 34,7cm e fígado aumentado às custas do lobo direito com 20,6cm. Exames laboratoriais revelavam leucocitose 624000 células/mm3, sendo 58% promielócitos, 3% metamielócitos, 21% bastões, 15% segmentados, plaquetopenia (77mil/mm3) e anemia normocítica e normocrômica. Optado por realizar mielograma que evidenciou granulopoiese acentuadamente hipercelular, com 89% granulócitos neutrófilos sequenciados morfologicamente normais e 2% de mieloblastos, eritropoiese hipoplásica e plaquetopoiese normal, compatível com LMC. Rearranjo BCR/ABL de sangue periférico positivo. Iniciado citorredução com hidroxiureia e, após um mês, iniciado tratamento com TKI: Imatinibe, com posterior troca para Nilotinibe por indisponibilidade da medicação. Após dois meses de quimioterapia, o paciente retorna assintomático e com completa resolução da hepatoesplenomegalia. Posteriormente, atingiu resposta citogenética.

Conclusões e Considerações Finais

O caso acima relatado configura-se como atípico, visto que ocorreu em paciente jovem que obteve rápida resposta clínica e citogenética após instituição do tratamento adequado. O sucesso terapêutico reforça, portanto, a importância do diagnóstico e da quimioterapia precoces para a LMC.

Área

Tema Livre

Autores

TALINA TASSI SARAIVA ARRUDA, THAISE CRISTINA ARCOVERDE CARDOZO SILVA, MARIA CLARA PESSOA DO NASCIMENTO, MARIA JULIANA DE ARRUDA QUEIROGA, PAULO BERNARDO DA SILVEIRA BARROS FILHO