Dados do Trabalho


Título

Ascite quilosa em paciente com linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B: um relato de caso

Introdução

A ascite quilosa é um achado incomum caracterizado pela presença de líquido peritoneal leitoso, rico em triglicerídeos. Suas principais causas incluem cirrose, neoplasias malignas, anormalidades linfáticas e infecções. Nesse cenário, o linfoma destaca-se como etiologia importante da ascite quilosa maligna.

Objetivos

Descrever caso clínico de ascite quilosa em contexto de linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B.

Descrição do Caso

Homem, 66 anos, sem comorbidades prévias conhecidas, admitido em enfermaria de hospital terciário do estado com queixa de dor abdominal difusa há cerca de 02 meses, em cólica, sem irradiação. Associado ao quadro, referia perda ponderal não intencional de cerca de 10kg, com anorexia progressiva, além de pirose, empachamento abdominal e mudança de hábito intestinal, com piora de constipação. Ao exame físico, não foram identificadas linfonodomegalias palpáveis. Exames laboratoriais apresentavam anemia normocítica e normocrômica, aumento discreto de enzimas hepáticas e canaliculares, associado a ausência de plaquetopenia, bem como de alterações em provas de função hepática. Endoscopia digestiva alta constatou presença de esofagite erosiva intensa com epitélio colunar especializado. Tomografia de abdome com contraste evidenciou conglomerado linfonodal, mal delimitado e de aspecto infiltrativo em retroperitônio, com presença de ascite moderada, além de linfonodo abdominal mais superficial, em região de mesogástrio, optando-se por biópsia percutânea do mesmo guiada por ultrassonografia. Houve aumento progressivo do volume abdominal, com presença de macicez móvel ao exame e ascite acentuada vista em ultrassonografia. Realizada paracentese com saída de líquido quiloso, de predomínio linfocítico, GASA 1,8 e triglicerídeos aumentados (539,4). Posteriormente, houve necessidade de realização de novas paracenteses para alívio sintomático. Imunohistoquímica do linfonodo abdominal apontou linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B, imunofenótipo de centro germinativo, sendo iniciado esquema R-miniCHOP (rituximabe e baixas doses de CHOP [ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona]). Com isso, houve diminuição da frequência de paracenteses de alívio, permitindo que o paciente fosse desospitalizado.

Conclusões e Considerações Finais

O manejo da ascite quilosa envolve avaliação e tratamento da etiologia subjacente, sendo linfoma um diagnóstico diferencial a ser considerado, especialmente quando na ausência de sinais de cirrose.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital das Clínicas - HC UFPE - Pernambuco - Brasil

Autores

Vivianne Almeida da Nóbrega, Victória Pimentel Jatobá, Maria Amanda Londres Lopes Pinheiro, Lívia Maria Costa Azevedo, Pedro Alves da Cruz Gouveia