Dados do Trabalho

Título

Síndrome Hipereosinofílica: um relato de caso

Introdução

A síndrome hipereosinofílica (SHE) se caracteriza por eosinófilos acima de 1.500células/microL associado à disfunção orgânica mediada. Classifica-se em causas primária ou secundária e requer uma vasta investigação específica para definição etiológica.

Objetivos

Relatar um caso de SHE e revisar diagnóstico e tratamento.

Descrição do Caso

V.L.S.A., 61 anos, hipertensa, evoluiu com lesões maculopapulares, não descamativas e pruriginosas difusas há dois meses. Avaliada em serviços de emergência nesse período, medicada com sintomáticos, sem resposta. Realizou hemograma, que flagrou leucocitose às custas de eosinófilos (acima de 80.000), sendo encaminhada para internamento na clínica médica. Iniciou-se investigação com Tomografia Computadorizada (TC) de tórax e Endoscopia Digestiva Alta (EDA), que evidenciaram pneumonite e gastrite eosinofílica respectivamente. Para comprovação histopatológica, realizou biópsia de lesão cutânea, que revelou infiltração de eosinófilos, quando se definiu o diagnóstico de SHE.
Foi avaliada pela hematologia, que orientou realização de BCR-ABL, JAK-2 (ambos negativos). Indicado mielograma, biópsia de medula óssea e imunofenotipagem de sangue periférico, mas por atraso de agendamento e piora clínica não foram realizados. Foi iniciado corticoide oral e posteriormente pulsoterapia com metilprednisolona, bem como medidas para leucostase e lise tumoral (hidroxiureia, alopurinol e hidratação venosa). Apesar da redução expressiva da leucocitose após medidas (150.000 para 32.000), evoluiu com sinais clínicos sugestivos de leucostase com déficit neurológico focal e dor torácica anginosa. Paciente evoluiu com piora expressiva à despeito das medidas e optado por manter medidas de conforto, evoluindo para óbito.

Conclusões e Considerações Finais

O diagnóstico de SHE exige a realização de um extenso algoritmo diagnóstico, tais medidas se tornam desafiadoras diante da rápida evolução em alguns casos.