Dados do Trabalho


Título

Seguimento a longo prazo de adenoma produtor de hormônio de crescimento e resposta terapêutica: Relato de caso

Introdução

A acromegalia é uma condição crônica caracterizada pelo excesso de secreção do hormônio de crescimento (GH) e aumento das concentrações do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1). Os sintomas são compressivos com cefaleia e risco de lesão do quiasma óptico e ação do GH/IGF-1 nos tecidos periféricos. O tratamento consiste em cirurgia transesfenoidal, cujo percentual de cura é de 70% sendo necessário terapia adicional com análogos da somatostatina, agonistas dopaminérgicos e radioterapia. A meta terapêutica é normalizar os níveis de GH e IGF-1 para reduzir as comorbidades associadas.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente com acromegalia com resposta eficaz ao uso de análogos da somatostatina ao longo de 15 anos de tratamento.

Descrição do Caso

Homem, 38 anos, diagnosticado com acromegalia por adenoma hipofisário produtor de GH, dimensões iniciais de 2,9x2,8x 2,1cm com extensão para seio esfenoidal, seio cavernoso e invasão parcial da carótida interna. Confirmação laboratorial com GH basal > 40 mcg/L. Submetido a cirurgia transesfenoidal. No exame de controle, GH basal: 4,107mcg/L ; IGF-1: 788 ug/L elevado para gênero e idade. Iniciado tratamento com análogo da somatostatina, octreotide LAR 90mg. Após 3 meses, persistência de lesão expansiva, com redução de 45% de tamanho. Na sequência associou cabergolina 15 mg/semana, não havendo resposta satisfatória. Devido a proximidade com seio cavernoso e carótida foi contraindicada nova cirurgia e radioterapia, sendo a terapêutica substituída pela associação da Lanreotide a cabergolina. Após 2 anos de tratamento, a imagem mostrou tumor residual (1,6 x 1,4 x 1,3cm) e normalização dos níveis de GH (0,68 mcg/L) e IGF-1 (232 ug/L).

Conclusões e Considerações Finais

Apesar de não existirem estudos que comprovam superioridade da lanreorite comparado ao octreotide, nota-se que o primeiro demonstrou redução tumoral e normalização do GH e IGF-1 provavelmente por comodidade da aplicação. O prognóstico da doença vai estar relacionado ao tamanho do tumor, resposta terapêutica e nível de GH.

Área

Tema Livre

Autores

Júlia Amorim do Nascimento, Júlia Rocha Menelau de Souza, Nathália Dantas Soares Galindo Vaz, Gisela Cavalcanti de Andrade Ralph